Não importa o que o outro faça: ocupe o centro. Esta proposição simples e ao mesmo tempo rica (sim, há muita riqueza na simplicidade) traduz uma ideia de que se você, em uma relação com o outro, faz a leitura correta, agindo no tempo certo, com a distância e energia corretas, a chance de ocupar o centro ( ou de vencer) é grande.
Em se tratando de um combate simbólico ou de um debate de ideias, aprendi com meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, Líder do Clã Moy Jo Lei Ou, que o outro deve apresentar o argumento dele, e que eu me posicione sem querer violentar suas ações ou palavras, pelo contrário, nelas me apoiando, construo esse caminho de ocupação da linha central por estar conectado ao outro, compreendendo suas razões, e através delas e não contra elas, vencer um combate ou debate, exatamente porque não quis conflitar, apenas me apoiar naquilo que o outro me ofereceu. É exatamente o que ocorre quando em um cenário de combate simbólico, ocupo a linha central, ou seja, na luta corporal ou na "luta" por ideias, o princípio é o mesmo, perceber o que outro oferece, não tentar tomar à força.
Sobre este processo de desenvolvimento humano, falarei em nosso próximo papo.