quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Aniversário do Si Fu: Celebrar a União do Clã.

Si Fu em seu Aniversário de 49 anos.


O Aniversário de um Si Fu é a data mais importante para uma Família Kung Fu ( ou de um Clã, como é o que eu pertenço). É uma oportunidade que é oferecida aos membros de Famílias Kung Fu para estreitarem seus laços, trocarem suas experiências, gerarem conexões, entre outros potenciais que existem na Celebração do Aniversário de um Si Fu, além de, óbvio, a felicidade que há em ter por mais um ano a presença de nosso Mestre, afinal quanto mais longeva a relação, maior a oportunidade em desenvolvermos nosso Kung Fu. É também mais uma chance de agradecer.
Faltam exatos 30 dias para a  Celebração do Aniversário de nosso Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, porém este ano, a Celebração que sempre é especial, tem contornos de um Marco Histórico para o nosso Clã.
No Dia 7 de Dezembro de 2019, O Líder do Clã Moy Jo Lei Ou, Mestre Senior pela Moy Yat Ving Tsun Martial Inteligence, meu Si Fu e Si Gung da Família Moy Fat Lei, Julio Camacho, comemora 50 anos de vida. Esta idade é muito especial para um Si Fu: é quando ele atinge o seu auge, onde o vigor físico se iguala com a maturidade, ambos em alto nível. Após esta idade, a tendência é a redução do vigor físico e do aumento da sabedoria. Por esta razão a data é tão importante para nosso Clã: é o ponto máximo, mais potente na vida de um Si Fu.
Este auge do Si Fu, apenas reafirma o que é um Aniversário de Líder de uma Família Kung Fu: embora o Aniversário seja dele, a celebração é de todos os membros por terem a oportunidade de comemorarem a vida de seu Si Fu, (Si Gung para outros) em seu melhor momento, e se beneficiarem desta convivência.



Si Mo e Si Fu: Líderes do Clã Moy Jo Lei Ou se casarão durante o Evento. 


Além de ser um grande marco, a Celebração do Aniversário de meu Si Fu este ano alcança relevos de um Evento verdadeiramente Épico. Teremos a oportunidade de assistirmos pela primeira vez a uma Celebração de Casamento Kung Fu. Os líderes do Clã Moy Jo Lei Ou, Julio Camacho e nossa Si Mo, a Senhora Márcia Moura, irão se casar, sob os auspícios de Grão Mestre, Si Gung Leo Imamura e Si Taai, Senhora Vanise Imamura, líderes do Grande Clã Moy Yat Sang.
Isso significa que meus Si Fu e Si Mo, irão fazer juntos, uma Cerimônia de Baai Si, oportunidade extraordinária para qualquer praticante de Kung Fu participar: Uma Cerimônia de Discipulado dos Líderes de seu próprio Clã.



Si Gung e Si Taai: Presidem a Cerimônia de Baai Si dos Líderes do Clã Moy Jo Lei Ou.



A presença de vários Mestres do Grande Clã Moy Yat Sang, traz ainda mais brilho para este Evento que já é um grande orgulho para o Clã Moy Jo Lei Ou.
O irmão de Si Gung, o renomado mágico, internacionalmente conhecido, Issao Imamura com seu belíssimo show de Ilusionismo aquilatará ainda mais este Evento Histórico.
A cada um de nós, Membros do Clã Moy Jo lei Ou, fica a contagem regressiva de exatos 30 dias para termos a oportunidade de mais uma vez, abraçar e agradecer o Líder do nosso Clã, Mestre Senior Julio Camacho, escrevendo junto com ele, mais esta página de sua História dentro do Sistema Ving Tsun.
Sigamos juntos!




Issao Imamura: Performance em seu Show de Ilusionismo por ocasião do Aniversário do Si Gung, Grão Mestre Leo Imamura.


segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Segue o Líder!


Segue o Líder: O Slogan do meu melhor Time do Brasil na atualidade se aplica à relação Si Fu- To Dai.





Hoje o Papo Kung Fu vai conversar sobre a importância de um Si Fu na vida de um To Dai (praticante). Divido aqui um pouco da minha experiência, como Dai Ji de meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, a quem sigo, assim como também fazem, vários outros irmãos Kung Fu.
Você só consegue compreender o valor de algo novo em sua vida quando compara como ela era antes de isso acontecer. Será no confronto entre os dois, ou seja, entre o antes e o depois, que podemos dimensionar o valor da novidade que se faz presente. Seguir meu Mestre, Líder do Clã Moy Jo Lei Ou é sem dúvida algo enriquecedor. São através de seus ensinamentos e do poder transformador que tiveram em minha vida, que posso com clareza, avaliar minha evolução como praticante de Kung Fu. Divido nesta postagem, um pouco daquilo que compreendo sobre alguns de seus ensinamentos.






Si Fu orientando seus Discípulos. Núcleo Barra da Tijuca.






Zelo: meu Si Fu disse para nós certa vez que "o zelo é um amar para fora". Normalmente amamos com base naquilo que este sentimento fará por nós. Amamos esperando algo dos outros. Com o zelo ocorre ao contrário. Não é um sentimento que busca seu próprio bem estar através de uma troca, zelar é um amor que vem de dentro de você e beneficia o outro. Meu Si Fu viveu isso várias vezes, e posso citar como exemplo as vezes em que mesmo passando por momentos difíceis, nunca deixou seus To Dai sem um local para praticar, pensando sempre primeiro na Família Kung Fu.


Não estacione na porta: Meu Si Fu sempre deixa a porta aberta. Isso significa que se você quiser ir embora, pode e se quiser voltar, você também pode, só não fique parado em frente à porta, pois estará atrapalhando a passagem de outras pessoas. Esta analogia nos fala sobre a importância que há em não ser empecilho à caminhada de outros praticantes com sua indecisão.

Aprenda a zerar: Não raro nos decepcionamos na vida, seja com fatos ou pessoas. Meu Si Fu diz: "É preciso ter um bom coração e uma péssima memória".  Saber superar, é fundamental para conseguir seguir em frente, é sinal de um Kung Fu maduro.

Não dar desculpas: A dificuldade para um praticante é na realidade uma oportunidade para desenvolver seu Kung Fu. Pensar estrategicamente diante dos desafios, trabalhando pela solução, ao invés de fugir deles, alinhar o discurso à prática, não tentando enganar os outros e nem a si próprio,  são sinais de bom Kung Fu.

Aderir: Longe de significar "concordar com tudo", aderir é uma grande oportunidade para fazer da ideia de alguém, a ideia de todos. Não é inerte, ao contrário, é uma postura propositiva, onde você enriquece aquilo que foi inicialmente proposto.

Aproveitar: O próprio novo Kung Fu de meu Si Fu possui o ideograma Lei  que significa "tirar proveito". Quando aderimos, algum proveito deve ser extraído.

Aprimorar: Aquilo que se realiza não se fecha como um fim em si mesmo. É fundamental que as ações sejam revisitadas e aprimoradas.

Sigamos juntos: Para que nosso Kung Fu se desenvolva é fundamental ter Vida Kung Fu. É caminhando ao lado de seu Si Fu que o praticante desenvolve seu Kung Fu e faz desta relação um laço de união para sempre.







Presente que recebi de meu Si Fu: Escrito com alguns de seus ensinamentos.






Seguir o Líder do Clã Moy Jo Lei Ou tem sido uma experiência capaz de transformar a vida de várias pessoas. Os seus projetos de desenvolvimento dentro da Família Kung Fu, injeta em nós ânimo como desperta nossa consciência sobre o potencial que temos e que podemos desenvolver, sendo todos nós, juntos com nosso Si Fu, autores da transformação que vemos em nós mesmos. Kung Fu não se ensina, apenas se aprende. E para aprender: Segue o Líder!




domingo, 27 de outubro de 2019

Viva Fat Lei


O Ving Tsun representado em três gerações: Si Gung, Grão Mestre Leo Imamura (direita), Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho (esquerda) e Mestre Qualificado Thiago Pereira (de pé).





O Papo Kung Fu de hoje celebra o Aniversário de 36 anos de idade e 20 anos de Vida Kung Fu de meu Si Hing, Discípulo de número dois de nosso Si Fu.
 De nascimento ele é Thiago Pereira da Silva; de meu Si Fu, recebeu o nome de Moy Fat Lei.
Todo nome Kung Fu carrega um significado e um dos possíveis para o nome deste meu Si Hing, que também é Mestre e Líder da Família Moy Fat Lei é: "aquele que honra o compromisso". 
É inspirado pelo significado de seu nome, com 20 anos ininterruptos ao lado de nosso Si Fu, ele se tornou um dos grandes nomes de nosso Clã Moy Jo Lei Ou.
Ao nosso Si Fu, ele credita sua ousadia para realizar:


 "Não conseguiria dar passos tão ousados sem seguir o seu exemplo (...) qualquer aspecto de ousadia ou coragem circunstancial são do Kung Fu que recebi do Si Fu".

                                                      Mestre Thiago Pereira (Moy Fat Lei).



Nosso Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho (a direita) e Si Hing Thiago Pereira.




A sua proximidade com nosso Si Fu permitiu que aquele garoto que a 25 de outubro de 1999 ingressou na Família Kung Fu, se tornasse hoje alguém tão importante na transmissão do Sistema Ving Tsun. E não sou apenas eu quem diz isso. Com a palavra, alguns de seus Discípulos: 

Keith Markus Moreira de Almeida, Discípulo de número três da Família Moy Fat Lei é Oficial do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Seu nome Kung Fu entre as possíveis interpretações fala de emergência e método próprios do heroísmo de sua profissão. Ele tem em seu nome Kung Fu parte do nome de seu próprio Si Fu, o que indica uma proximidade e confiança na relação. 

"Hoje sou meu Si Fu nos momentos em que eu não sou o suficiente". 
                                                          
                                                         Keith Markus Moreira de Almeida (Moy Gau Fat).




Momento de Vida Kung Fu: Keith Markus e seu Si Fu Thiago Pereira.

Se a primeira parte do nome Kung Fu do Mestre Thiago Pereira foi herdada por Keith, a segunda parte, coube a Vitor Sá. Este Discípulo, número dois de seu Si Fu é Professor. Seu nome Kung Fu fala em agregar e reunir (Gau) assim como vantagem (Lei). Somados, os nomes de Keith e Vitor formam o nome de seu próprio Si Fu. Isso alude à ideia de que eles tem a missão de, juntos, representarem seu  Si Fu e a unidade da Família Moy Fat Lei.


"Que o sucesso e a prosperidade sejam eternos. e que a cada ano possamos celebrar a vida juntos". 

                                                                          Vitor Sá (Moy Gau Lei).





Discípulo da Família Moy Fat Lei: Vitor Sá (Moy Gau Lei).



A estes dois Discípulos do Mestre Thiago Pereira que agora apresento,  dei o apelido carinhoso de "Casal Kung Fu". Luiz Felipe Grativol e Caroline Mota Archanjo são Moy Lou Jing ( pode significar águia) e Moy Ging Feng (pode significar vento). Juntos eles ajudam a Família Fat Lei "voar alto", com suas participações.



"Si Fu, desejamos que nossa jornada seja longa e intensa, como nossa relação com o senhor. Vamos com tudo!"
                                     
                                   Luiz Grativol e Caroline Archanjo. 



Luiz Felipe Grativol (Moy Lou Jing),  Mestre Thiago Pereira (Moy Fat Lei) e Caroline Archanjo (Moy Ging Feng).




Ao celebrar o Aniversário deste meu Si Hing tão querido, não poderia deixar de trazer os meus respeitos à memória daquele que foi seu primeiro exemplo de vida e incentivador na prática das Artes Marciais: Seu Carlos Pereira da Silva, avô do Thiago. 
Pedreiro por profissão, deixou como grande exemplo a força de alguém que não se abate pela incerteza que seu trabalho trazia, sem saber como seria o dia de amanhã. Não reclamava, não culpava ninguém, não se fazia de vítima. Valores herdados e muito claros na personalidade de meu querido Si Hing.



"Meu avô é o maior exemplo para mim, de que quando alguém morre, a relação não para por ali. E mais uma vez esse entendimento veio do Si Fu" 

                                                    Thiago Pereira. (Moy Fat Lei). 



Seu Carlos Pereira da Silva e seu neto, Thiago Pereira da Silva.




O Papo Kung Fu presta esta singela homenagem a um irmão muito querido. Ela foi escrita por várias mãos, inclusive a dele própria. Assim, materializa o espírito que move o Kung Fu de nosso Clã: o de seguirmos juntos. Além de muitos anos de vida, caminharmos juntos é o que desejo à você Thiago, ou como diz nosso Daai Si Hing Leonardo Reis: "Fabuloso Tigre do Norte".

Parabéns Si Hing Thiago Pereira! Felicidades! Sucesso! Sigamos juntos!










domingo, 20 de outubro de 2019

Aprender.



Si Fu orientando a prática de sábado.





Na prática de ontem, meu Si Fu, Mestre Senior Júlio Camacho, disse que se você faz a coisa certa ou a coisa errada, só irá retirar proveito de uma ou de outra se aprender algo com isso.
Se um praticante de Kung Fu conseguir um bom resultado, fazer a coisa certa, sem ter consciência do processo, de como a sua ação o levou ao resultado e não apenas o acaso ou a "sorte", dentro daquilo que se espera de um praticante de Kung Fu, o resultado foi inútil, porque por mais importante que possa ter sido, é aquilo que se extrai dele, aquilo que se aprende, o que realmente importa.





Si Fu fala da importância que há em estar disponível para o cenário que se apresenta.




Um resultado ruim, a "coisa dar errado", traz uma resposta melhor para o praticante de Kung Fu quando ele aprende com isso, do que algo que dá certo sem qualquer leitura do processo, feito com total alienação.
O pensamento estratégico chinês trabalha com as condicionantes, onde o resultado é parte do processo de preparação. É um trabalho de mobilização para o resultado, observação estratégica de um cenário, onde o praticante é ativo no processo a ponto de influenciar o resultado.
Esta percepção não acusa o cenário de ser bom ou ruim, é apenas um cenário, com potenciais e limitações. É da a leitura adequada que se extrair o melhor resultado, é um exercício de olhar atento, é desenvolvimento de Kung Fu.





Si Fu mostra que devemos estar prontos para o cenário: cuidar de um oponente e estar pronto para os próximos.




Se o tolo olha para o dedo, e o sábio para a Lua, um nível de Kung Fu avançado olha para tudo a sua volta, interage com o todo, é parte dele, e por esta razão, por ser elemento do todo,  consegue extrair o melhor. E o melhor não é o resultado; o melhor é aprender com ele.




Si Fu nos orienta sobre a preparação do futuro Estúdio Tijuca da Moy Yat ving Tsun.

domingo, 13 de outubro de 2019

Integrar.



Foto Oficial do Evento de Apresentação do Programa Fundamental à Líderes de Famílias Kung Fu.





Na terça feira passada, meu Si Fu, Mestre Senior Júlio Camacho, recebeu no Mo Gun Sede do Clã Moy Jo Lei Ou, situado no bairro da Barra da Tijuca, dois de seus irmãos Kung Fu: os Mestres Seniores pela Moy Yat Ving Tsun Martial Inteligence, Ricardo Queiroz e Úrsula Lima.
Durante a visita, Si Fu apresentou aos seus irmãos Kung Fu as bases do Programa Fundamental, que é um Projeto desenvolvido por ele e seus Discípulos, que tem a finalidade de apresentar em três ciclos, os fundamentos do Sistema Ving Tsun.






Si Fu fala sobre as bases do Programa Fundamental, observado por minha Si Mo, senhora Márcia Moura, ao lado do Mestre Senior, Líder da Família Moy Ke Lo Si, Ricardo Queiroz. Sentada está a Mestra Senior Úrsula Lima, Líder da Família Moy Lin Mah.





A pedido da Si Sok Úrsula Lima, a apresentação foi feita por um dos Discípulos de meu Si Fu, e o escalado foi o Diretor do Núcleo Barra da Tijuca, André Guerra.
Meu Si Fu sempre foi um elo de integração dos Núcleos no Rio de Janeiro. Si Hing de todos os Mestres da Moy Yat Ving Tsun fluminense, sempre dividiu generosamente seus Projetos e ofereceu apoio ao trabalho de todos os Núcleos de todas as Famílias Kung Fu.
Si Fu gosta muito da palavra integrar, que além de remeter à ideia daquilo que é íntegro, aponta para o sentido de um grupo que segue junto.






André Guerra apresenta listagem do Programa Fundamental.





Minha Si Sok Úrsula Lima lembrou aos presentes o quanto meu Si Fu representa para o Ving Tsun do Rio de Janeiro, lembrando a colaboração que recebeu em sua própria formação. Si Sok Ricardo Queiroz falou do intercâmbio que há, através de conversas e dicas que ele dá ao nosso Diretor do Núcleo Barra da Tijuca, André Guerra.
Depois da prática, que contou com diversos Discípulos e Membros Ativos, os presentes apresentaram suas impressões sobre a prática.
Com a organização e cuidado da parte administrativa, realizado por Guilherme de Farias, e a parte prática, coordenada por André Guerra, o Evento foi um sucesso, alcançando seu objetivo de apresentar o projeto do Programa Fundamental, além de realizar algo muito querido por meu Si Fu: a integração.





Eu ao lado dos Si Sok Úrsula Lima, Líder da Família Moy Lin Mah e Ricardo Queiroz, Líder da Família Moy Ke Lo Si.





domingo, 6 de outubro de 2019

Um Dia Histórico.



Eu recebendo do Si Fu a joia de Discípulo, símbolo de nosso Clã.





Seria um sábado como todos os outros de prática no Núcleo Barra da Tijuca. Chegamos, preparamos o Mo Gun para as atividades do dia. Durante nosso café da manhã, Si Fu fez comunicados importantes para nós. Um deles foi particularmente especial para nosso irmão Kung Fu Carlos Antônio de Oliveira: Si Fu disse que nossa Si Mo, senhora Márcia Moura já o observava como possível futuro Discípulo. Naquela manhã, Si Fu o convidou para iniciar seu processo discipular. Carlos aceitou, convidando nosso irmão Kung Fu, André Guerra para ser seu orientador.
O dia estava só começando e um novo capítulo deste dia histórico seria escrito. Sua primeira página  na realidade, foi escrita dias antes, para ser mais específico, na quinta feira dia 3 de outubro, com a entrega da primeira joia em formato de broche do Clã Moy Jo Lei Ou ao nosso irmão Kung Fu, Membro Regular, atualmente no nível intermediário do Sistema Ving Tsun (Cham Kiu), Clayton Quintino.






Fotos Históricas: Clayton Quintino recebe das mãos de nosso Si Fu, o primeiro broche do Clã Jo Lei Ou, um de nossos símbolos de legitimidade. 





É uma joia é utilizada em momentos especiais. O grande Clã Moy Yat Sang, liderado por nosso Si Gung, Leo Imamura faz uso do broche (ou em inglês: pin, como é chamado no Grande Clã) em Cerimônias. Seguindo a tradição, meu Si Fu idealizou uma joia que simbolizasse o espírito de seu próprio Clã, criando o broche da Família Moy Jo Lei Ou, que será usado por nós, em Eventos Especiais, junto com o do Clã Moy Yat Sang, representando nossa geração, e a geração imediatamente acima da nossa.
 No sábado, Si Fu anunciou aos presentes que nossos broches estavam prontos e seriam entregues por ele, a cada um de nós, naquele mesmo dia.
Uma joia sempre carrega em si um símbolo. Todo o símbolo, vem carregado de uma mensagem, de uma ideia, de uma singularidade. E tudo isto está inserido no broche do Clã Jo Lei Ou.
Ao explicar o formato em pétalas sobrepostas, onde uma apoia a outra, Si Fu nos falou sobre integração, onde todos são importantes e ninguém se sobressai a ninguém. Girando o broche, ele sempre se apresenta da mesma forma, símbolo de nossa unidade.
O broche de prata é usado pelo membro que ainda não se tornou Discípulo, como é o caso de nosso irmão Kung Fu que foi o primeiro a receber, Clayton Quintino. Uma bela joia, que reflete no seu prateado o frescor de uma relação ainda jovial, com grande potencial para crescer. O broche dourado marca a relação discipular, que é para sempre, sua cor representa a coroação de uma relação que está madura, que já tem uma História, e que exatamente por esta razão, deve ser ainda mais próxima e sólida com Si Fu.
O vermelho na China simboliza a sorte. O broche do Discípulo que já é Mestre, é dourado com a parte interna das pétalas em vermelho. Como um Mestre já pode ter sua própria Família Kung Fu, no vermelho está o desejo de boa sorte de nosso Si Fu, para seu Discípulo na nova jornada, seja como líder de Família, seja em qualquer outra atividade que venha desenvolver com mais autonomia.
E mais tarde, encerrado o café como também o primeiro momento programado de práticas, Si Fu entregou pessoalmente nossos broches. Foi um momento muito especial: além de estar entre os irmãos Kung Fu que naquele grupo receberam das mãos do Si Fu, ( no meu caso o broche de Discípulo) pude ouvir dele, o que representava aquele momento como um marco da relação Si-To com cada um de nós, através da entrega deste símbolo de legitimidade do Clã Moy Jo Lei Ou.







As joias símbolos do nosso Clã: Prata (Membros Ativos) Ouro (Discípulos) e Ouro com Vermelho (Mestres). O detalhe do estojo em preto da joia dos Membros Ativos, simbolizando a receptividade com que são acolhidos os Membros mais novos.





E as entregas começaram pelo convidado ao processo de Discipulado, nosso irmão mais jovem de Kung Fu presente naquele sábado, Carlos Antônio de Oliveira, atualmente praticante do Programa Experencial. Ele estava acompanhado de suas filhas, Anabel e Arya e foi o primeiro de nosso grupo a receber a joia, e Si Fu também agraciou suas duas filhas.
  Si Fu falou para Carlos que a relação discipular é para sempre, é um casamento onde não existe divórcio. É uma relação forte, resistente e persistente, no sentido de que não se dobra à força do tempo, pelo contrário, a ele se alia, junto a ele se protrai. É como o Si Fu sempre diz: "que nossa relação seja longa".






Nosso irmão Kung Fu, Carlos Antônio de Oliveira e suas filhas Anabel (de azul) e Arya (de vermelho).  





Cristiano Oliveira foi daquele grupo que praticou junto naquela manhã, o segundo a receber sua joia.  Ele é Membro Ativo e atualmente praticante do Nível Experencial, após receber seu broche prata, eu disse a ele o quanto é auspicioso, receber este símbolo de legitimidade, e ter a oportunidade de receber todos das mãos do Si Fu, por toda a trajetória dentro do Sistema Ving Tsun.





Cristiano Oliveira recebe seu broches das mãos do Si Fu.






Depois foi entregue a joia dourada de Discípulo à Marcelo Firmino. Si Fu expressou sua alegria naquele momento e disse ao seu Discípulo sobre seu desejo de estarem a cada dia mais próximos. Marcelo mora em Itaguaí, e já demonstrou o desejo de levar um dia a prática do Ving Tsun para àquele Município fluminense.





Marcelo Firmino recebe sua joia das mãos de Si Fu. Desejo de mais proximidade com seu Si Fu.






Em um terceiro momento, uma entrega dupla. Eu e meu irmão Kung Fu Clayton Meireles, recebemos ao mesmo tempo nossas joias. Uma razão muito especial: Si Fu confiou à nós dois a participação no Projeto que levará a Moy Yat Ving Tsun Martial Inteligence ao bairro da Tijuca. Desejoso que eu e meu irmão estejamos juntos em prol deste importante passo para o desenvolvimento do Ving Tsun no Rio de Janeiro, recebemos nossos broches juntos como símbolo desta união.





Si Fu fala a mim e a Clayton Meireles sobre a importância de caminharmos juntos, no crescimento do Clã no Rio de Janeiro.





Mais uma entrega dupla: desta vez Thiago Silva e Guilherme de Farias recebem suas joias. Emocionado, Si Fu falou que tem um desejo em relação a estes seus dois Discípulos. Não verbalizou qual desejo é. Nem precisava: tanto Thiago e Guilherme, quanto os presentes, sabiam que estes dois irmãos Kung Fu, com colaborações tão especiais na Direção do Núcleo Barra, com uma história tão rica ao lado de nosso Si Fu, e estando ambos no último nível do Sistema Ving Tsun, tem do Si Fu o desejo, e particularmente de mim a torcida, de que em breve completem o Sistema, tornem-se Mestres, e em breve recebam o que de mais singular e auspicioso tem no broche dos Mestres formados por meu Si Fu: O vermelho chinês, o desejo de boa sorte!





Guilherme de Farias (esquerda) e Thiago Silva (direita). Membros do Nível Superior Final (Baat Jaam Do) e o desejo do Si Fu de que ambos em breve, completem o Sistema se tornando Mestres de Ving Tsun.




domingo, 29 de setembro de 2019

Chung Chi.

André Guerra e Marcos Leiras praticam Chi Sao. Importância do Chung Chi nesta prática.




Para alcançarmos os nossos objetivos, é essencial que tenhamos foco, e que aqueles venham acompanhados de ações para que nossos projetos se concretizem. Não raro, a realização daquilo que desejamos demanda algo além de esforço; demanda tempo. Desta forma, a energia que colocamos em prol da realização dos nossos objetivos, precisa se manter constante, até que aquilo que desejamos, seja alcançado.
Não raro, a frustração em não alcançar o objetivo traçado, reside no fato de que a energia que deveria se manter até o resultado final, se enfraquece ou mesmo deixa de existir antes que alcancemos aquilo que desejamos. 
O que o Kung Fu tem a nos dizer sobre isto?
Meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, nos fala da importância em mantermos o Chung Chi. É uma energia constante movida para frente durante um exercício chamado Toei Ma (mover cavalo), onde deslocamos nosso companheiro de prática, ou ele nos desloca, com a energia liberada.
O movimento para frente realizado através do Chung Chi nos leva a refletir sobre a importância do comprometimento de nossa ação, com energia constante, na direção de um objetivo.





Roberto Viana e Luiz Matheus. Prática Núcleo Barra.





 Assim como vencemos a estrutura do outro ao movê-lo, também podemos ser movidos por seu Chung Chi. É um interessante laboratório para a vida, afinal nada vem "de mão beijada" sempre haverá uma energia contraposta à nossa, um desafio a ser vencido, e como o Kung Fu é um processo de desenvolvimento humano, a compreensão e a capacidade de manter o Chung Chi em todas as áreas da vida, é de fundamental importância para a busca de melhores resultados. 
Havendo um objetivo a se alcançar, seja ele qual for, quando nos movermos em sua direção com Chung Chi, temos muito mais chance de realizá-lo. 





Si Fu nos fala sobre as ações que devem ser colocadas em prática  em nosso Clã.

domingo, 22 de setembro de 2019

Detalhes.


Meu Si Fu lê minha Carta de Requerimento ao Discipulado durante meu Baai Si.



O Ving Tsun é um Sistema de Kung Fu que não privilegia a força, muito pelo contrário. O uso exagerado dela, é na realidade algo que não favorece, na realidade até atrapalha.
É um Sistema de Kung Fu que não depende de jovialidade ou de muito vigor físico. Sua excelência está na capacidade de compreensão através do trabalho de sensibilidade na percepção do oponente, (emprego aqui no sentido de oposto, não de rival), como também no estudo apurado de cada movimento, de aparente simples execução, porém rico nas etapas de seu desdobramento.
O Ving Tsun possui detalhes, e eles são reveladores para além de um refinamento técnico, que também ocorre. Durante o desenvolvimento do praticante, ele aumenta a potência de sua lente sobre si mesmo, é um encontro, uma descoberta, potenciais e limites são apresentados e experimenta-se a revelação da própria imagem, como em um espelho.




Minha Admissão na Família Kung Fu.


A prática dentro do Mo Gun entrega ao praticante cenários diversos, sendo sempre necessário lançar sobre eles uma "lente Kung Fu"para retirar-se de cada um deles o melhor proveito.
Estes detalhes "escondidos" na prática de Ving Tsun, mostram na maioria das vezes, que tentamos encontrar respostas mirabolantes quando poderíamos ser mais eficazes com respostas mais simples e diretas. O pensamento Ocidental difere muito do pensamento clássico chinês neste ponto: enquanto o corrente pensamento ocidental cria regras e fórmulas para buscar resolver os mais diversos assuntos, estudos de auto ajuda e demais técnicas, o pensamento clássico chinês entra em simbiose com todo e qualquer cenário que apareça, não nega ou reage negativamente contra o que ocorre. Ele observa o cenário e apoia-se nele, para encontrar o resultado mais favorável. Este resultado, não será "criado" através de uma "fórmula mágica", ele será favorável porque o potencial que a situação oferece foi observado e nele se atuou. No Ving Tsun o pensamento clássico chinês é desenvolvido através de nossas práticas dentro de um Sistema que não se prende apenas à técnica, o que seria observar apenas a superfície. No Ving Tsun, buscamos também a percepção dos detalhes.






Foto Oficial de meu ingresso na Família Kung Fu.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Os elos da corrente.


O Kung Fu como o elo que une três gerações de Mestres de Ving Tsun: Si Taai Gung Moy Yat, (foto no quadro) Si Gung Leo Imamura e meu Si Fu, Julio Camacho.


Em um de nossos encontros, ouvi de um irmão Kung Fu uma pergunta dirigida ao nosso Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, sobre o porquê de muitas vezes, valorizamos tanto pessoas de gerações anteriores à nossa, pessoas estas que sequer conhecemos pessoalmente, sequer temos algum nível de convívio. Si Fu ensinou aos presentes sobre a importância que há neste zelo, com o exemplo dos elos da corrente.


Si Fu abraça seu Discípulo de número 1, Leonardo Reis, por ocasião de seu Aniversário. 


Ele nos disse que por mais forte que sejam os elos de uma corrente, basta que apenas um seja frágil o suficiente para romper-se quando posto à prova diante do peso, para que toda a corrente se rompa.
É de fundamental importância para o praticante de Kung Fu compreender que ele como To Dai deve zelar por seu Si Fu. É uma relação humana onde o cuidado deve ser mútuo, afinal, seu Si Fu zela por você, nada mais natural a reciprocidade sincera de seu Discípulo. Eu escolhi a palavra sincera, não por acaso: nela repousa uma ideia de que algo está sendo espontâneo, de coração e além disso, com base na confiança mútua.



Si Fu e eu em uma foto após jantar  no bairro do Méier. 



É da relação de confiança entre o Si Fu e To Dai, que brota o fortalecimento dos elos da corrente. Afinal seu Si Fu também tem um Si Fu e igualmente zela por ele, e assim por diante. De modo que quando uma geração zela pela outra, os laços se estreitam, o elo da corrente se fortalece. Este elo é provido através da Vida Kung Fu, que por sua vez, é a geratriz do Kung Fu de cada praticante. Assim o elo forte da corrente une a todos, e a todos favorece. Isto é ter bom Kung Fu.



Meu Si Fu abraça Si Gung por ocasião de seu Aniversário, comemorado no mês de Março em São Paulo. Foto 2019.

domingo, 25 de agosto de 2019

Laços.


Si Fu e eu em seu escritório. Núcleo Barra da Tijuca.



Um dia, depois de uma conversa com meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, ele me perguntou:
-Você vai na Cerimônia de Baai Si de seus irmãos Kung Fu?
Eu respondi que sim, e com um entusiamo na resposta disse:
- Claro Si Fu, não perderia o Baai Si do Vladimir e do Thiago por nada.
 Lembro que Si Fu me respondeu:
- Roberto, não serão apenas eles a fazerem Baai Si.
Respeitosamente respondi ao meu Si Fu:
- Sim Si Fu, gosto de todos os meus irmãos, é que sou mais próximo deles dois.
Si Fu me respondeu:
- Sim, não significa menos pelos outros, mas sim mais por eles.
Já fazem alguns anos que este diálogo ocorreu e o guardo na memória com muito carinho. Meu Si Fu sempre me permitiu ser honesto na resposta, retirando o melhor dela, melhorando minha compreensão sobre meus próprios sentimentos.
  Este breve diálogo introduz bem o relato de Vida Kung Fu que faço hoje, através de alguns dos laços que criei, e aqui relato através da experiência com três irmãos Kung Fu, um pouco daquilo que vivemos juntos.

Quando iniciei a prática do Ving Tsun, no ano de 2003, meu objetivo era apenas um: aprender a lutar e me tornar o melhor possível. Com a convivência dentro do Mo Gun, ganhei muito mais do que procurava, e percebi como era pobre o meu objetivo. Uma das pessoa que ajudaram a acordar e acabar com esta minha fantasia, chama-se Vladimir Anchieta. Lembro de uma sessão de Siu Nim Tau em que eu disse que não lembrava da sequência da forma, e como era um hábito antigo meu, fazia flexões em lixa número sete (que servem para lixar barras de ferro) toda vez para me punir quando um objetivo marcial (tive passagem pelo Karate) se frustrava. Vladimir, homem de poucas, porém sábias palavras me disse:
-Depois das flexões, você lembrou da forma?
Respondi que não, e ele me disse:
-Então pratica a forma no lugar das flexões.
Começou ali, nossa amizade e a minha admiração por um irmão, que durante muito tempo chamei de homem de gelo, que não se abalava, nem durante as práticas mais duras, com golpes mais incisivos. Um homem de palavra, sempre cumpre aquilo a que se propõe, alguém a quem admiro e respeito, o pai da Valéria e do Daniel, meu irmão Kung Fu.




Vladmir Anchieta, no centro, entre mim e Thiago Pereira.



Este outro irmão é o caso clássico da cegonha bêbada, que entregou seu irmão no lugar errado. Uma afinidade imediata, desde quando me apresentou o Mo Gun quando lá pisei a primeira vez, ornamentado por bolas de gás coloridas, por causa da  comemoração do Aniversário do Si Fu. Fernando Nunes de Almeida Xavier, ou apenas Xavier como era conhecido na época, xará de X-Men, sem a cadeira de rodas, saía do bairro, berço do samba carioca, ( Madureira) de bicicleta, pedalando até o bairro de Jacarepaguá, onde ficava o Mo Gun. Criador do Dancing Biu Ji, aproveitava o ritmo do Funk para estilizar na forma de Dança o terceiro nível do Sistema Ving Tsun.
Sua percepção do Sistema, leva-o a fazer comentários que refletiam sua sensibilidade na percepção sobre o Ving Tsun ,um destes comentários lhe rendeu elogio do Si Baak Gung, Micky Chan.
Ficamos muito próximos, praticando juntos, e por várias vezes dormimos no Mo Gun. Quando íamos para casa, fazíamos o caminho a pé, eu ficava em Cascadura e ele ia até Madureira. Muito do meu Ving Tsun se alimentou neste caminho.




Eu e Fernando Xavier: Intervalo de prática Núcleo Barra da Tijuca.




Eu, ainda bem no início do Siu Nim Tau, certa vez chegando ao Mo Gun, ouvi um som que vinha do boneco de madeira (Muk Yan Jong), e lá no fundo da área de prática estava um menino magrelo, de camiseta sem manga e rabo de cavalo, batendo como se quisesse rachar o boneco ao meio. Como na época eu também era um cara "tarado" no sentido marcial da palavra, gostei do que vi.
Tempos depois estávamos eu e este jovem, dentro do Mo Gun, rindo muito ouvindo a versão satirizada da música Daileon, do seriado japonês Jaspion: "O cara tossiu/ o cara tossiu... Descobri que além de gostar de arte marcial de uma forma parecida com a minha, tinha a mesma linha do meu  humor.
Lá no passado, idos de 2003, era o "Pereira", hoje é o líder da Família Moy Fat Lei, Mestre Qualificado pela MYTMI, Thiago Pereira.
 Ele contou que certa vez nosso Si Fu disse-lhe: "Thiago você é um milagre do Ving Tsun. Você era um cara chato que só queria saber de luta".
Verdade. A palavra milagre provém de "miraculum" que significa "algo admirável". Posso dizer que a minha admiração por este meu irmão é proporcional à sua transformação. O Discípulo de número dois de nosso Si Fu, é Mestre de Ving Tsun, também versado em língua e escrita chinesa, Líder de uma Família Kung Fu no bairro do Méier, também foi meu orientador de Baai Si, além de me ajudar de muitas outras formas dentro da Família Kung Fu.




Eu (óculos escuros)  ao lado de Si Fu, observando Thiago Pereira executando o Muk Yan Jong.




Posso dizer que o Sistema Ving Tsun proporciona momentos que certamente não viveria em outro lugar. Faço deste relato sobre um pouco da minha trajetória através da convivência com alguns dos meus irmãos Kung Fu, um abraço fraterno à todos que caminham ao nosso lado. Si Fu sintetiza toda esta experiência, seu sentido e seu valor, em uma frase, uma das razões de ser do nosso Clã Moy Jo Lei Ou: Sigamos juntos!



Meu Si Hing Thiago Pereira e sua Família Kung Fu (Moy Fat Lei).

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Hai Tong.



Patriarca Moy Yat: "Kung Fu sem Hai Tong não é Kung Fu, Kung Fu que depende de um Hai Tong não é bom Kung Fu.




O pensamento chinês desde muito tempo reconhece a impossibilidade em se criar um padrão, algo que pudesse modelar a evolução natural de uma tendência. Um olhar atento, seja na direção do convívio em Sociedade, seja para aquilo que ocorre na Natureza, com ou sem a intervenção humana, nos leva a perceber como tudo, o tempo todo, varia. A migração dos pássaros, as ondas do mar, a agitação dos grandes centros urbanos, tudo, a todo tempo, está em constante variação de estado. Mesmo as mudanças mais lentas, não podem ser ignoradas, como nossa própria imagem variando no espelho com o passar dos anos.


Durante meu Baai Si: Si Fu lê meu requerimento de Discipulado. Ao fundo na foto, meu irmão Kung Fu e também Discípulo Rodrigo Moreira.



Como não é possível impedir a dinâmica deste todo nem sempre harmônico, é importante explorar ao máximo até onde vão as possibilidades de mudança, e fazer o melhor proveito disso.
Meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho nos ensina que não devemos "forçar nada", que a figura do "herói que se esforça" é na realidade uma imagem que não corresponde à do melhor praticante de Kung Fu, pois, quanto menor esforço necessário para alcançarmos o resultado favorável, melhor nosso Kung Fu.

É na atenção que dedicamos aos processos, ou seja, de como as coisas são, e todas as etapas de transformação até à chegada do resultado, será exatamente neste "durante" que devemos atuar com atenção para o alcance do melhor resultado. Este processo deve ser respeitado, não deve ocorrer qualquer tipo de manipulação para forçar uma tendência, muito pelo contrário. É saber retirar proveito das condicionantes que são oferecidas e atuar com elas, e não contra. É como um surfista: ele não briga com a onda, mas entra em harmonia com ela, tirando o melhor proveito.

É o Hai Tong, fruto da Cultura Chinesa, que buscou esclarecer de que modo através da dedicação aos processos, um fenômeno poderia ser bloqueado ou favorecido. Desta forma se obtém, através das condicionantes preparadas, o resultado desejado.
A ideia que o Hai Tong traduz, é o que podemos chamar de Sistema de variação.




Si Fu caminha ao lado de Si Taai Gung  Moy Yat, nas proximidades da casa do Patriarca de nosso Clã.









domingo, 11 de agosto de 2019

O Pai do meu Kung Fu.


Entrego o chá ao Si Fu durante meu Baai Si. Símbolo de que meu Si Fu me aceita como Discípulo. Ao fundo na foto meu Si Hing e orientador na Cerimônia,  Líder da Família Moy Fat Lei, Thiago Pereira.





Um Si Fu (Mestre Pai) é aquela pessoa que conhece Kung Fu bem mais do que você, e em consequência disso, é alguém que nem sempre dirá aquilo que você quer ouvir, mas sempre dirá aquilo que você precisa.
Não é uma tarefa nada fácil falar de seu próprio Si Fu, sempre ficará faltando muito a dizer, afinal, se trata do Mestre de diversas outras pessoas também, e cada um percebe algo sobre ele com base na relação Si-To, algo individual. E como é uma relação para a vida toda, sempre se construindo, estou certo de que a cada dia, novas páginas se acrescentam no livro da relação. Hoje escrevo sobre um pouco do muito que meu Si Fu fez e faz por mim.
Posso dizer que quando comecei na Família Kung Fu, minhas ilusões em "lutar bem" se resumiam ao combate corporal, como se eu entrasse pela tela de Cinema para ser o cara que salvava a mocinha e batia no vilão, bem clichê de filme americano. Si Fu me mostrou com o Ving Tsun como combater diversas outras lutas.






Si Fu e eu durante o intervalo em um Seminário no Núcleo Barra da Tijuca.






Meu Si Fu me fez ver que fantasia quando se fala em luta, é suicídio. Que não se faz firula, coreografia, ou se tenta adivinhar o que o outro vai fazer. É exatamente na percepção sobre o outro, respeitando o movimento que a outra pessoa faz, estando aberto para a relação, que alcançaremos um resultado de qualidade. E aí veio para mim uma das minhas primeiras conclusões sobre o Ving Tsun: eu posso aproveitar este ensinamento para qualquer coisa na vida.
Aprendi também, algo que seria impensável para mim, sem antes ter recebido seus ensinamentos: eu não gosto de luta. Durante muitos anos fiquei repetindo como um mantra que adorava luta, e quando meu Si Fu me mostrou através do Ving Tsun alguns dos os reais desdobramentos possíveis em uma luta, percebi como eu estava sendo infantil. Hoje, consigo compreender a luta de uma forma real, sem fantasia, e guardo como um momento histórico meu dentro do Ving Tsun o dia que meu Si Fu me disse: "Roberto, você não gosta de luta".







Si Fu orienta os presentes em um Seminário realizado no Núcleo Méier.





Uma outra característica marcante em meu Si Fu, está traduzida em uma conhecida frase sua: "é preciso ter um bom coração e uma péssima memória". Meu Si Fu tem uma grande capacidade em zerar ofensas recebidas em prol de algo maior, que é desenvolver o Kung Fu das pessoas. Nem sempre ele recebe a gratidão que merece, nem sempre é compreendido, mas sempre tem as portas abertas aos que lhe procuram. Aprender a zerar e começar de novo, não é fácil, o próprio Si Fu já disse várias vezes, "isso é treinado" e o caminho que trilho no Kung Fu, espero, me conduza também nesta direção, afinal, é sem dúvida, um elevado estágio de desenvolvimento humano.






Si Fu concede um autógrafo com dedicatória a mim, no livro de sua autoria intitulado: "Tao do Surf, zen e a arte de pegar onda".




Meu Si Fu possui uma leitura sobre o Kung Fu admirável. Não posso deixar de salientar que admiro muito sua capacidade de interpretar os movimentos marciais, sua técnica e sua excelência em transmissão. Por diversas vezes, só foi preciso Si Fu dizer uma única frase, para que minha compreensão sobre algo ficasse aclarada, permitindo que eu analisasse sobre, e ampliasse meus horizontes, ao repensar sobre o tema.
Em todas as minhas postagens eu tenho apresentado momentos da minha relação de aprendizado com Si Fu e esta não é diferente. Digo hoje o que sempre disse em todos os meus escritos, porém desta vez, o farei textualmente:
OBRIGADO SI FU! SIGAMOS JUNTOS!






Autógrafo e dedicatória concedidos a mim por Si Fu.