sábado, 2 de dezembro de 2017

Mudança Kung-Fu

Roberto Viana protegendo o Painel: Última ação do dia e símbolo de um novo começo.


Meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, nos diz: "qualquer coisa que vocês façam na vida, façam com Kung-Fu". Leio esta frase, como Discípulo que sou do Clã Moy Jo Lei Ou, com o significado de que cada um de nós devemos mover nossas ações com Excelência Estratégica, de que não haverá ação divorciada de um olhar atento e de um planejamento que busca o melhor resultado com o menor esforço possível.




Fabiano Silva: seu conhecimento em assuntos relacionados a obras e mudanças foi um grande diferencial na qualidade das ações executadas por nós.




E com esta bússola, apontando para o norte de nossas ações, estiveram Roberto Viana, Fábio Sá e Fabiano Silva, na noite de quinta-feira para dar início às ações do Clã Moy Jo Lei Ou, no processo físico de mudança do espaço que hoje abriga o Núcleo Barra da Tijuca, para nosso novo endereço.




Muk Yan Jong: Desmontado e pronto para o novo endereço.




O tempo foi bem aproveitado; ficamos presentes no local para as atividades a nós confiada naquele dia por volta de duas horas e meia, tempo suficiente para realizamos as tarefas e até para breves momentos lúdicos, afinal não era apenas uma ação de mudança, o foco unido à descontração entre irmãos, são partes integrantes de momentos de Vida Kung-Fu.


Momento de descontração: Fábio Sá simulando a demolição do Drywall.




A preparação para entregarmos o espaço que nos abrigou nos últimos anos e que por esta razão faz parte da História do nosso Clã,  prosseguiu pela manhã de hoje: Rodrigo Moreira, Fernando Xavier e Bruno Brandão deram continuidade com a pintura das paredes. As ações tem sido monitoradas por todos e as informações transmitidas entre os grupos que se revezam complementando as tarefas, com objetivo de alcançar melhores resultados dentro do menor espaço de tempo, ou seja, com excelência estratégica. Essa sintonia, traduzida em parceria e confiança na busca de um resultado comum, enriquece ainda mais nossa experiência de Vida Kung-Fu.


Retirada do Drywall: Roberto Viana, Fabiano Silva e Fábio Sá (da esquerda para a direita) iniciando as ações de quinta-feira passada.



terça-feira, 21 de novembro de 2017

Si Fu não é Professor.



Si Fu e Si Gung: Momento de vida Kung-Fu.




Em uma conversa com meu Si Fu, Mestre Senior Júlio Camacho, ele me disse: "Roberto um Si Fu não é um Professor". Esta frase é de fato uma chave de leitura para entendermos o que significa um Si Fu na vida de um To Dai, afastando uma visão errada que este possa vir a ter sobre àquele.



Si Fu nos recebe em seu Condomínio no dia em que completa 25 anos de Vida Kung-Fu.


É muito comum associarmos a figura daquele que transmite o conhecimento à do Professor. No Ocidente somos adestrados para executarmos tarefas que nos servirão de alicerce para o almejado sucesso seja qual for a área do saber humano, muitas vezes com vistas para o futuro, a uma realização específica. Para alcançar este objetivo, é fundamental que encontremos quem nos ensine, nos treine, nos aponte este caminho.

Isso não acontece no Kung-Fu por uma simples razão: ele não se ensina, só se aprende e a figura do Si Fu é fundamental para que isto se realize na vida do To Dai. Não é uma relação exclusiva de transmissão de conhecimento, mas de vivência a partir do mesmo. Por esta razão é fundamental que a transmissão do Kung-Fu se dê através de um meio adequado, o Sam Faat, termo que para ser melhor compreendido no Ocidente Patriarca Moy Yat  chamou de Vida Kung-Fu.



Vida Kung-Fu: caminhada nas proximidades da residência de Si Taai Gung Moy Yat durante diálogo entre ele e Si Fu. 




O Si Fu não vai "treinar" o To Dai, no sentido que a palavra recebe como o  de promover uma repetição de movimentos com o fim de se buscar excelência. Na verdade irá promover momentos capazes de levar o To Dai à compreensão daquilo que executa, respeitando os seus limites e sua expressão pessoal. O Si Fu leva o To Dai, através da prática do Kung-Fu, a uma melhor compreensão sobre si mesmo.



Si Fu e Si Gung durante Palestra sobre o Sistema Ving Tsun no Núcleo Barra da Tijuca.




Tive excelentes Professores, não os tivesse, sequer poderia estar aqui, através de palavras, dialogando sobre Kung-Fu, e a todos sou grato pelo conhecimento recebido. Não há da minha parte qualquer pretensão de estabelecer uma escala de valoração entre Si Fu e Professor. Apenas aprendi, com meu Mestre em nossa conversa, que são valores diferentes, e compreendê-los dentro daquilo que cada um de fato representa, é uma também uma forma de melhor valorizá-los, é também uma forma de se adquirir  Kung-Fu.






segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Kung Fu e a dimensão do Ser.


Si Fu e eu, presentes no Jantar de Convite para o Baai Si de Vitor Sá da Família Moy Fat Lei. Foto 2017.




Meu Si Fu, Mestre Senior Júlio Camacho, nos conta sobre a história de um Monge que, durante sua meditação, vê adentrar um ladrão em sua casa, porém este fato não perturba sua prática. O ladrão revira a casa em busca dinheiro e o Monge diz:

- O dinheiro está na segunda gaveta em meu quarto.
Surpreso com a postura do Monge, o ladrão vai ao local indicado e retira todo o dinheiro. Quando estava de saída, o Monge diz ao ladrão:
-Hei! você não vai deixar um pouco de dinheiro para mim?
O ladrão mais uma vez surpreso, deixa uma pequena parte do dinheiro. Quando o ladrão estava de saída, o Monge diz:
-Hei! Não quer levar roupa para você?
O ladrão volta pega toda a roupa e o Monge diz:
-Hei! Você não vai deixar um pouco de roupa para mim?
O ladrão, ainda sem compreender a atitude do Monge, deixa um pouco de roupa e vai embora.

Dias depois o ladrão é preso, vestido com as roupas do Monge. Chamado pela polícia para reconhecimento o Monge diz que o ladrão não roubou, na verdade tanto o dinheiro quanto as roupas foram doadas. Por se tratar de um criminoso contumaz, o Monge não conseguiu absolver o ladrão, que ficou anos preso.
Durante o tempo que ficou preso, o ladrão não conseguia deixar de pensar na razão pela qual o Monge havia agido daquela forma. E nunca conseguia uma resposta. Depois de cumprida a pena, assim que saiu da prisão, o ladrão procurou o Monge e perguntou:

- Por que eu entrei em sua casa para lhe roubar e você não resistiu e, pelo contrário, indicou onde estava o dinheiro, me ofereceu roupa, e quando fui preso, você ainda me defendeu?

O Monge respondeu:

- Você não é diferente dos meus Discípulos. Eles vem aqui apenas para tirar algo de mim, meu conhecimento, e depois vão embora e não deixam nada para mim. É preciso deixar um pouco.

Depois deste diálogo, o ladrão serviu o chá, símbolo de que a partir daquele momento se tornaria Discípulo do Monge.

A humanidade tem a cada dia buscado viver mais a dimensão do ter, e cada vez menos a dimensão do ser. Aquele que tem, possui apenas as coisas, bens materiais para sua subsistência, para o seu conforto e bem estar pessoal. Porém, aquele que é, vive a sua humanidade de forma plena, tem consciência de seu próprio valor, e sabe da importância que há na relação com as pessoas.



Si Fu ao lado de Si Gung, tendo à sua frente Si Baak Gung Miguel Hernandez e sua esposa Si Baak Gung Mo Melinda Hernandez . New York City, USA. Foto  2017.



O Kung Fu ajuda a desenvolver no praticante sua Humanidade Plena, por esta razão não deve ser limitado em uma relação meramente comercial, onde o aluno paga e o Mestre recebe para transmitir conhecimento. Para que o Kung Fu se materialize em um processo de desenvolvimento humano, ele deve ser vivenciado, e para isto é fundamental que este desenvolvimento do praticante floresça, cresça e ganhe estrutura através de uma relação onde Mestre e Discípulo desenvolvam laços através de Vida Kung Fu.
 Quando da vinda de meu Si Gung, Grão Mestre Leo Imamura por ocasião das comemorações de 25 Anos de Vida Kung Fu de meu Si Fu, ele disse aos presentes durante uma prática no Núcleo Barra: "Ele é meu parceiro" no sentido de que meu Si Fu não apenas buscou o seu conhecimento com seu Mestre, mas que ele se tornou algo muito maior: de que junto à Grão Mestre Leo Imamura, Mestre Senior Julio Camacho é um zeloso guardião do legado de Patriarca Moy Yat para a preservação da transmissão pura e completa do Sistema Ving Tsun.



Si Fu e Si Gung diante do San Toi . Núcleo Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.



O conhecimento tão desejado pelo To Dai é adquirido em um processo de convivência, onde a relação de zelo com seu Si Fu trará algo muito maior que a busca pelo conhecimento: representará uma verdadeira relação de identidade, onde o To Dai torna-se a cada dia mais próximo por aquilo que aprendeu com seu Si Fu. É uma relação eterna, que deve ser ligada pelo coração.











domingo, 24 de setembro de 2017

A mão invisível do Kung-Fu.

A primeira vez em que ouvi falar sobre uma "mão invisível" capaz de levar a Sociedade ao desenvolvimento, foi quando tive o contato com uma obra, publicada em 1776, pelo professor Adam Smith intitulada "A riqueza das Nações".
Em sua visão, se a livre concorrência atuasse sem a intervenção direta do Estado, com o mercado regulando as decisões econômicas, seria mais benéfico para a coletividade.

A segunda vez em que a "mão invisível" chamou minha atenção foi na prática de Kung-Fu. O praticante é levado a cada dia, a desenvolver sua capacidade de auto monitoramento, parece estar sozinho em alguns momentos, mas sem que ele veja, existe uma mão invisível, que está a todo tempo, monitorando seu desenvolvimento.



 Si Fu ministra Palestra sobre o Sistema Ving Tsun. Foto 2017.



Meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho,  nos contou sobre a História de uma tribo onde os jovens são submetidos a um rito de passagem que consiste em caçar um animal selvagem sozinho. Na realidade a tribo, sem que o iniciado saiba, escolhe um animal já debilitado e ainda assim os homens da tribo ficam escondidos para que se algo der errado eles possam socorrer o iniciado. O importante aí não é colocá-lo em perigo, mas a experiência pessoal vivida pelo jovem.



Si Fu coordena uma Reunião de Gestão do Núcleo dirigido por ele à época em Jacarepaguá.  Ao seu lado  Si Sok, Mestra Qualificada, Úrsula Lima (foto 2003).


Meu Si Fu confia a seus Discípulos ações que  não tem, por óbvio, um resultado igual ao que teria se ele estivesse atuando diretamente. Mas o Kung-Fu precisa do rito de passagem para que o praticante cresça. O próprio Si Fu, depois de executada a ação, se encarrega de apresentar os pontos que poderiam melhorar, orientando para as próximas. Esta mão invisível deixa que as coisas sigam o seu fluxo e que o praticante atue de acordo o seu nível de desenvolvimento dentro do Kung-Fu, com o potencial de gerar aprendizado através de seus próprios erros, aliás o próprio termo erro não é totalmente adequado à ideia daquilo que se busca em Kung-Fu, porque não há erro ou acerto, só há o que aconteceu e o que se tira de melhor disso.



Fundação do Conselho de Membros Vitalícios do Clã Moy Jo Lei Ou. Foto 2016.


A mão invisível do Kung-Fu é uma oportunidade dada por nosso Si Fu para que aprendamos a buscar soluções frente aos desafios apresentados, e isso na vida significa não darmos desculpas para justificar nossa inação, seja ela motivada  pelo medo de fracasso ou por negligência apenas.
 O não agir é a perda da oportunidade de que esta mão invisível do Kung-Fu atue em prol do desenvolvimento do praticante.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

25 anos de Vida Kung-Fu do Mestre Senior Julio Camacho.

No dia 2 de Setembro, o Clã Moy Jo Lei Ou, celebrou os 25 anos de Vida Kung-Fu de seu Líder, nosso Si Fu, o Mestre Senior Julio Camacho.

No Evento estavam presentes, nosso Si Gung e Líder do Grande Clã Moy Yat Sang,  Grão Mestre Leo Imamura, e os demais Mestres da Moy Yat Ving Tsun Martial Inteligence, líderes de Família Kung-Fu com atuação no Rio de Janeiro.

As comemorações desta data tão auspiciosa para todos nós do Clã Moy Jo Lei Ou, começaram no domingo anterior ao dia da cerimônia, e por uma razão muito especial.



Si Fu reunido com alguns de seus To-Dai no dia exato em que fazia 25 anos de Vida Kung-Fu. Da esquerda para direita: Cláudio Teixeira, Thiago Pereira, Roberto Viana, Mestre Senior Julio Camacho, Fernando Xavier (acompanhado de sua esposa Rúbia), Clayton Meireles e Pedro Oliveira. Em primeiro plano, Maria Alice Teixeira.


No dia 27 de agosto de 1992 às 10 horas daquela manhã de quinta feira, meu Si Fu ingressava na Família Moy Yat Sang. Exatamente 25 anos depois, em uma manhã de 27 de agosto de 2017, Mestre Senior Julio Camacho convidava Fernando Nunes de Almeida Xavier para se tornar seu Discípulo número trinta. Na mesma Cerimônia, Pedro Oliveira veio a se tornar Discípulo número trinta e um. Uma particularidade muito interessante, é que meu Si Fu, não classifica seus Discípulos com numerais ordinais (primeiro, segundo, etc.). Para ele cada Discípulo é único, de modo que, se Fernando Xavier fosse o trigésimo, teriam vinte e nove Discípulos antes dele, mas como ele é o trinta, ele é único, só ele é o trinta, ninguém mais. É uma marca de individualização da relação Si Fu- To Dai, ser parte de um todo guardando a individualidade de cada um.



Si Fu convida formalmente Fernando Xavier para se tornar Discípulo, às 10 horas da manhã do dia 27 de agosto de 2017, exatamente 25 anos após sua entrada na Família Moy Yat Sang. Ao lado do Si Fu, observando-o, está o Mestre Qualificado e Líder da Família Moy Fat Lei,  Thiago Pereira, Discípulo número dois do Clã Moy Jo Lei Ou, e Clayton Meireles ( à direita na foto). 




Durante a celebração de comemoração de seu Aniversário de 25 Anos de Vida Kung-Fu, Mestre Senior Julio Camacho, recebe em Cerimônia Tradicional de Discipulado, seus novos Discípulos Fernando Xavier e Pedro Oliveira.



Si Fu cumprimenta Pedro Oliveira na Cerimônia em que este se torna o Discípulo trinta e um do Clã Moy Jo Lei Ou, observados pelo Discípulo e Diretor do Núcleo Barra da Tijuca, André Almeida.


A Celebração dos 25 Anos de Vida Kung-Fu do meu Si Fu, foi marcada pela emoção e por muitos relatos de Vida Kung-Fu. Os dois Mestres Qualificados formados pelo nosso Si Fu, Leonardo Reis e Thiago Pereira, deram o testemunho sobre suas relações Si Fu-To Dai com Mestre Senior Julio Camacho. Os Mestres Úrsula Lima, Ricardo Queiroz e Felipe Soares, os quais tem grande carinho e admiração por meu Si Fu, que é Si Hing de todos eles, também deixaram suas palavras. Muito auspiciosa a presença de Grão Mestre Leo Imamura. Dentro do Kung-Fu há um significado muito importante nesta presença: o fato de meu Si Fu ter seu Mestre presente à Cerimônia representa muito mais do que uma participação; significa que Si Gung aprova o que está sendo realizado e põe seu próprio nome em benefício de tudo o que está sendo realizado.
Fernando Xavier presta seus respeitos aos ancestrais, observado por Grão Mestre Leo Imamura e por Mestre Senior Julio Camacho. De pé está o Mestre Qualificado Thiago Pereira ( orientador de Fernando Xavier na Cerimônia). Sentado (à esquerda na foto) está Pedro Oliveira. 

Meu Si Fu está sempre reescrevendo a sua História dentro do Kung-Fu. Se estes 25 anos foram construídos para que cada um de nós do Clã Moy Jo Lei Ou, pudéssemos hoje, nos beneficiar dos ensinamentos de nosso Si Fu, seus projetos apontam para os próximos anos, sempre na direção do crescimento do nosso Clã, rompendo fronteiras, levando o seu Kung-Fu construído nestes 25 anos, para o benefício de mais e mais pessoas.


Foto Oficial da Celebração dos 25 Anos de Vida Kung-Fu do Mestre Senior Julio Camacho. Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, 2 de Setembro de 2017.





domingo, 16 de julho de 2017

Simbólico e Real em um amálgama Kung-Fu


Roberto Viana durante prática. Núcleo Barra da Tijuca. Foto 2017.


Em uma antiga música do cantor e compositor cearense Antônio Carlos Belchior ( 26/10/1946– 30/04/17) chamada "Alucinação" há um trecho que sempre me chamou a atenção: "a minha alucinação é suportar o dia a dia e meu delírio é a experiência com coisas reais". Esta frase ganhou um novo relevo depois que a prática do Ving Tsun Kung-Fu passou a fazer parte da minha vida. O que minha experiência Marcial tem haver com a frase da música do Belchior? Tudo.



Si Fu ministrando palestra: Introdução ao Sistema Ving Tsun. Foto 2017.


Aprendi com meu Si Fu, Mestre Sênior Júlio Camacho a importância que há em aproveitar ao máximo aquilo que o Ving Tsun Kung-Fu tem a oferecer. O meu inicial interesse que era o de  apenas "ficar bom em luta" me permitiria usufruir muito pouco das possibilidades que o Sistema Ving Tsun oferece através do acesso às ferramentas que ele disponibiliza. Afinal, como na música, são as "coisas reais" que realmente importam e as lutas reais se dão nos cenários mais variados, pode um concurso público, uma relação em ambiente de trabalho, familiar, etc. O desenvolvimento dentro do Sistema Ving Tsun  tem o condão de fornecer ao praticante habilidade para luta corporal por óbvio, porém, além disso, dentro do cenário de combate simbólico a experiência marcial fornece diversas proposições para serem estudadas dentro daquele que é um cenário de crise. Encontrar uma resposta adequada respeitando sua individualidade, ou dizendo de uma forma melhor, agir de acordo com sua expressão pessoal, faz com que o praticante rompa os limites de uma visão sobre luta exclusivamente corporal, para encontrar respostas para as lutas do dia a dia.




Durante Palestra, Si Fu nos fala sobre a ocupação da linha central. Foto 2017.



Esta experiência advinda da avaliação de cenários, oferece ao praticante a possibilidade de responder de forma eficiente aos desafios, sempre alicerçado em seus próprios valores, em sua expressão pessoal, uma clara demonstração de que o Ving Tsun é um Sistema de Kung-Fu que pode ser praticado por qualquer pessoa.

domingo, 25 de junho de 2017

O Kung-Fu e nossas escolhas.


O meu Si Fu, Mestre Sênior Júlio Camacho dedica muito de seu tempo a nós, seus Discípulos. Ele disponibiliza até mesmo seu tempo durante o café da manhã dos sábados para nos dar a oportunidade de aprendermos mais e mais com ele; o último sábado foi mais uma oportunidade que tive para aproveitar.


Si Fu ao lado de meu Si Hing (irmão kung-fu mais velho) Cláudio Teixeira em foto tirada por mim após um café da manhã. Foto 2017.




Em nossa conversa, ele falou da importância que há em aproveitar o potencial que toda e qualquer circunstância oferece. Muitas vezes cremos que circunstâncias que surgem em nosso caminho são frutos da "falta de sorte" ou que representam um "entrave" em nosso progresso e desenvolvimento, quando na realidade, podem ser parte da resposta, nem sempre exatamente da que procuramos, e que a capacidade de adaptação é fundamental para encontrarmos a resposta para tirar o melhor do "dilema que se apresenta", só precisamos nos fazer a pergunta correta.


Si Fu fala aos presentes após prática realizada no dia de feriado de Corpus Christi. Foto ano 2016.




Durante nossa conversa Si Fu citou Jean Paul Sartre: "O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós". Diante de tudo, seja de fatos do cotidiano, tragédias coletivas ou pessoais, sempre temos uma escolha, sempre será a nossa atitude que ditará o que será feito de nós, sobre qual será a minha escolha, uma postura de vitimização ou a de enfrentar a adversidade e buscar soluções.




Si Fu com três de meus irmãos Kung-Fu: Si Hing Thiago Pereira, Dai Si Hing Cledimilson Coutinho e Si Hing Leonardo Reis (da esquerda para a direita). Foto 2016.


O Ving Tsun é um Sistema de Kung-Fu que proporciona ao praticante desenvolver a capacidade de gerar respostas em cenários de crise, que se exteriorizam através do combate simbólico, buscando a excelência e o controle da ação, não apenas através de movimentos corporais que estimulam psicomotoramente a estas respostas, mas acima de tudo, é no convívio com seu Si Fu que o To Dai (aluno) encontra a tradução daquilo que vivencia corporalmente.



Si Fu apresenta meu nome Kung-Fu durante as comemorações do Ano Novo Chinês (Ano do Galo de Fogo). Foto 2017.


O processo de vitimização não é estrategicamente favorável, não é recepcionado em um processo de desenvolvimento de um bom Kung-Fu.

domingo, 18 de junho de 2017

O objetivo e o procedimento em um olhar com Kung-Fu.

Aprendi com meu Si Fu, Mestre Sênior Júlio Camacho, como é a visão de alguém que tem Kung-Fu, quando se trata de alcançar um objetivo, tendo de percorrer até ele um caminho difícil. Usou o exemplo de uma pessoa que esteja fazendo um concurso de difícil aprovação: normalmente estuda várias horas por dia, deixa a vida social um pouco de lado, se esforça ao ponto da exaustão e se por ventura, se não atinge o objetivo, olha para trás, se sente injustiçado pelo extremo esforço empregado ou se penaliza, achando que poderia ter feito mais.




Conversando com Si Fu durante o convite para o meu Baai Si. Foto 2016.



Alguém com Kung-Fu não precisa fazer mais, precisa fazer melhor. O olhar está direto no objetivo, não naquilo que se passa durante o caminho que leva até ele, não supervaloriza o cansaço ou tempo empregado para atingir o que se deseja, porque isso seria pensar em um fardo pesado que se carrega, um combustível perigoso para o desânimo.



Prática Coletiva. Núcleo Barra. Foto 2016.




  Uma visão estratégica, aponta para o alvo, traça estratégia que lhe possa dar o melhor resultado, e nunca foca no sofrimento durante o processo, apenas executa, com mais qualidade, e por consequência, com menor esforço. Sabe o que deve fazer e simplesmente faz. Sofre como qualquer ser humano normal, mas o Kung-Fu que adquiriu gerou as ferramentas necessárias para que consiga seguir em frente.



Si Fu abre a palavra para o grupo de To Dai presente durante após a prática no feriado de Corpus Christi. Foto 2016.


Não é a quantidade de trabalho árduo, mas a qualidade que se dá estrategicamente a ele que favorecerá o melhor resultado. O trabalho continuará sendo árduo, porém será executado de uma forma melhor. Será feito com Kung-Fu.   

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Lutar: a "ultima ratio" de um bom Kung-Fu.



Si Fu em reunião com dois de seus Discípulos: Roberto Viana (de pé) e Pedro Corrêa. Foto 2017.



Quando em 2003, iniciei a pratica do Ving Tsun, eu era uma pessoa muito diferente da que sou hoje. Não foram apenas os anos que me permitiram o amadurecimento, grande parte de minhas conquistas nesta área devo ao Kung-Fu transmitido por meu Si Fu, Mestre Sênior Júlio Camacho.



Roberto Viana durante prática no Núcleo Barra. Foto 2017.


Recordo de uma de nossas conversas, quando o meu Kung-Fu ainda era muito jovem (eu nem tanto), quando perguntei sobre a importância da defesa pessoal via luta corporal como forma de garantia para a integridade física. Meu Si Fu explicou à época para mim e para os presentes que se você precisa chegar ao ponto de lutar com este objetivo, é porque na verdade, muita coisa que aconteceu antes deu errado, possivelmente por falta de monitoramento, o que significa,  por falta de Kung-Fu, e que o praticante de Kung-Fu deve desenvolver a capacidade em avaliar os cenários, percebendo aquilo que está à sua volta, posicionar-se de forma adequada para evitar assim, situações de perigo que seriam facilmente evitados para quem tem um "olho treinado", se abster de estar presente em locais ou circunstâncias que se saibam potencialmente perigosos,  ser capaz de afastar as possibilidades conflitos desnecessários, inclusive portando-se com urbanidade diante das pessoas.



Si Fu orienta os Discípulos do Clã Moy Jo Lei Ou durante reunião no Núcleo Méier. Foto 2017.


Por estas razões, a luta, fora das hipóteses esportivas ou praticadas no ambiente marcial, ambas com total aprovação social, penso que deva ser a ultima ratio de um praticante de Kung-Fu. O termo em latim tem autoria atribuída ao estadista francês Armand Jean du Plessis (Cardeal de Richelieu) que durante a guerra dos Trinta Anos (1618-1648) mandou gravar nos canos dos canhões franceses o dístico "ultima ratio Regis"(última opção do rei). A palavra latina "ratio"(razão) também é compreendida como opção quando o termo é utilizado em Direito Penal.


O Sistema Ving Tsun Kung-Fu é um processo de desenvolvimento humano, que apresenta uma variação de cenários os quais o praticante experimenta através dos movimentos propostos, estar frente a frente com seus limites e como consequência, desenvolvendo a capacidade de estar relaxado (tranquilo) para avaliar da melhor forma possível, com base em seus próprios valores, a forma mais adequada para  responder à situações de crise. Com um vasto repertório, um bom Kung-Fu vence a luta antes que se chegue ao ponto de precisar chegar no nível físico. Em se chegando a ele, será este o mesmo repertório a ser usado, uma medida extrema, uma última opção.



Em "Fragmentos de Kung-Fu", Si Fu apresenta em vídeos disponíveis no You Tube, respostas para alguns cenários de combate corporal. Foto 2017.




domingo, 11 de junho de 2017

Família Kung-Fu: a arte marcial como fraternidade

Quando as pessoas pensam em arte marcial, o que vem logo à cabeça é uma prática que ensina como lutar, ter auto controle, qualidade de vida, etc. Esta visão está correta, porém o que poucos talvez pensem é como a fraternidade entre os praticantes é fundamentais para um desenvolvimento em alto nível.


Meu Si Fu, Mestre Sênior Júlio Camacho, líder do Clã Moy Jo Lei Ou, sempre nos orientou sobre a importância que há em acessar o Kung-Fu da forma adequada: através da Vida Kung-Fu.



Si Fu fala aos presentes por ocasião do Ano Novo Chinês (Ano do Galo de Fogo). Foto 2017.


A proximidade com seu Si Fu é fundamental, afinal quando estamos próximos fisicamente, e principalmente de coração, temos a oportunidade de, na convivência, compreender melhor a dimensão humana que a prática marcial favorece, o próprio ideograma Fu significa homem no sentido pleno de humanidade.



Inauguração da Moy Yat Ving Tsun Rio. Foto 2015.




Aprendi com meu Si Fu sobre a importância que há em seguir em frente sem se penitenciar pelos erros, mas com a tomada de consciência, seguir em frente com um novo comportamento diante da vida.



Eu e meus irmãos Kung-Fu, todos sob o aprendizado transmitido por nosso Si Fu, nos irmanamos como os mais velhos e os mais novos por ordem de entrada na família Kung-Fu (Si Hing e Si Dai respectivamente) cada um zelando pelo outro, favorecendo o desenvolvimento de todos, crescendo juntos em conhecimento e humanidade.



Foto Oficial do 47º Aniversário do Si Fu.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Relaxar na Crise: A excelência estratégica que há em um aparente paradoxo.

Um dos significados da palavra relaxar é "diminuir a tensão". O que corriqueiramente acontece é que em momentos de crise, essa tensão aumenta. Mestre Senior Julio Camacho nos ensina que o Ving Tsun é um Sistema de Kung-Fu que favorece o desenvolvimento humano e como tal, através de sua prática nos insere em circunstâncias que aumentam nossa sensibilidade e percepção para que façamos uma leitura de cenários que nos permita atuar com mais eficiência para responder a tais
circunstâncias.

Mestre Senior Julio Camacho.




Para tal, estar relaxado, ou seja, menos tenso, é essencial para que a nossa leitura dos fatos seja mais clara, sem ser contaminada por sentimentos  que possam levar à inércia causada pelo desespero. É olhar para a crise como um cenário proporcionado para o próprio desenvolvimento da capacidade de realizar, e agir dentro de um cenário crítico, fornecendo respostas favoráveis.


Si Fu ouvindo sobre minha experiência dentro do Ving Tsun durante o convite para o Baai Si. Foto 2016.


Mestre Senior Julio Camacho nos diz que o Ving Tsun nos apresenta um cenário de crise através de combate simbólico que oferece a oportunidade de o praticante através desta experiência poder vivenciar  uma prática que nos coloca em crise constante em um cenário controlado. Essa prática nos dá a oportunidade de experimentar situações de crise como também encontrar possíveis respostas.


A prática do Chi Sao (braços aderidos) lança o praticante de Ving Tsun em um cenário onde ele precisa responder à ação do outro, que ele não controla, mas pode, através da percepção sobre o outro, desenvolver através da prática a capacidade em oferecer respostas que lhe oportunizam o controle da ação.



Thiago Pereira e Vladmir Anchieta praticando Chi Sao na casa do Si Fu. Foto 2009.


A vida é um processo dinâmico e não há fórmula mágica para conseguir fazer com que tudo dê certo sempre. Porém é exatamente nos momentos em que as coisas dão errado, que nos vemos diante da crise, que nos é oferecida a oportunidade de desenvolver nosso potencial, colocar em prática a nossa capacidade de responder à novidade que aparece, e estar relaxado para que a tensão não nos deixe obinubilados, é fundamental para uma resposta de qualidade e eficiente. O Ving Tsun nos prepara para darmos estas respostas.

domingo, 7 de maio de 2017

Moy Jo Lei Ou: "Aquele que guarda o segredo ancestral".


Mestre Sênior Júlio Camacho (Moy Jo Lei Ou). Foto 2014.


O nome Kung-Fu traz consigo características relevantes sobre como é, e acima de tudo sobre quem é o futuro Discípulo, na visão de seu Si Fu. O Mestre Sênior Júlio Camacho teve a honra de receber seu nome Kung-Fu, em maio de 1996 diretamente de seu Si Gung, Patriarca Moy Yat (1938-2001) e Si Taai Po Helen Moy, atual líder do Grande Clã Moy Yat, o nome Moy Jo Lei Ou, que possui entre seus possíveis significados: "aquele que guarda o segredo ancestral".



Si Fu em um passeio matinal com Sitai Gung nos arredores de sua residência. Foto 1999. 


O Ving Tsun vem sendo transmitido por gerações, das quais Mestre Sênior Júlio Camacho é Membro da décima primeira geração, pertencente à linhagem direta da fundadora Yim Ving Tsun, gerações  que há mais de trezentos anos transmitem este estilo de Kung-Fu da forma tradicional.



Yim Ving Tsun.


A importância de seu nome Kung-Fu ganha novo relevo particularmente neste momento histórico. Na virada para o século XXI, Patriarca Moy Yat demonstrava preocupação quanto à preservação do Ving Tsun e sua transmissão pura e completa, crendo na dificuldade de sua sobrevivência no novo milênio. Era necessário que se fizesse um trabalho que pudesse apresentar o Ving Tsun para o Ocidente de forma que se aproximasse à sua Cultura e estilo de vida, sem perder a essência do Ving Tsun, e fosse essa a ponte para despertar o interesse posterior pela prática tradicional.



Com este objetivo, Patriarca Moy Yat cria nos Estados Unidos a forma Siu Nim Do (pequena ideia do Caminho) e a partir deste trabalho, seu Discípulo Grão Mestre Leo Imamura cria uma listagem técnica, o Ving Tsun Experience contemplando a estas aspirações de Patriarca Moy Yat.



Sitai Gung e Si Gung. Foto Oficial Si Fu To Dai.


Com as ferramentas prontas, para operacionalizar a preservação do Sistema Ving Tsun, faz se necessário que alguém, com profundo conhecimento desta arte, "aquele que guarda o segredo ancestral" dê continuidade a este trabalho onde ele possa representar uma janela para o Mundo e assim garantir a preservação do Ving Tsun e sua transmissão pura e legítima para as futuras gerações. Grão Mestre Leo Imamura convocou Mestre Sênior Júlio Camacho para esta grande missão e levar este trabalho de volta para onde ele nasceu: os Estados Unidos da América.



Seminário de Ving Tsun Experience.  Foto 2011.


Mestre Sênior Júlio Camacho dedicou sua vida ao Ving Tsun.  Tornou-se Mestre Qualificado pela Moy Yat  Ving Tsun International Federation aos 33 anos, em 15 Março de 2003. Fundou no mesmo ano sua Família Kung-Fu (Família Moy Jo Lei Ou). No ano de 2006 aceitou seu primeiro Discípulo Leonardo Reis. No ano de 2014 é titulado Mestre Sênior. Já no ano de 2015 titulou dois de seus Discípulos, Leonardo Reis e Thiago Pereira como primeiros Mestres Qualificados de décima segunda geração da América Latina.



Si Fu fala aos presentes durante a titulação de Leonardo Reis (de pé segurando Jiu Paai) e Thiago Pereira (sentado). Foto 2015.



É Líder do Clã Moy Jo Lei Ou com 29 Discípulos, com Núcleos em atividade no Estado do Rio de Janeiro nos bairros da Barra da Tijuca e Méier. Acompanhou por diversas vezes seu Si Fu, em viagens internacionais, das quais sempre buscou informações e acúmulo de conhecimento com vistas ao desenvolvimento do nosso Kung-Fu.



Da esquerda para a direita: Si Gung, Si Taai Po e Si Fu durante visita à Nova Iorque. Ano 2009.


Como guardião do segredo ancestral, sempre zelou pela legitimidade da transmissão; como homem contemporâneo olha para o seu tempo e analisa o cenário para manter preservada a arte que lhe foi confiada. Olha o futuro e cria em sua Família o Conselho de Membros Vitalícios, uma verdadeira Escola para Líderes, onde monitora pessoalmente o desenvolvimento de cada membro e das atividades e propostas, até que estejamos prontos para assumirmos integralmente, sozinhos, aquilo o que nosso Mestre nos confiou que é a preservação do legado que ele sempre defendeu.


Por todos estes anos que sigo meu Si Fu, por todo o aprendizado que já adquiri e por tudo o que ainda há de vir, tenho segurança para afirmar: Mestre Sênior Júlio Camacho poderia ser considerado apenas mais um entre os vários Mestres de Artes Marciais espalhados pelo Mundo afora, não fosse por um pequeno detalhe: ele é brilhante!















segunda-feira, 1 de maio de 2017

Kung-Fu e a força de um sonho.





"Os sonhos que eu tenho coloquei neste chão que você está pisando, portanto, sempre que pisar neste chão, pise com cuidado. Você está pisando nos meus sonhos".
                                          
                                         Mestre Sênior Júlio Camacho ( Líder do Clã Moy Jo Lei Ou).

                      (Trecho do discurso de inauguração do primeiro Núcleo em Jacarepaguá 1995).




Esta postagem, é um breve relato sobre parte da obra que nasceu de um sonho. De alguém que ousou acreditar e inspirar, ou em uma frase que ele usou para homenagear Grão Mestre Leo Imamura por ocasião de seu Aniversário, "o senhor não faz ideia o quanto afeta a vida das pessoas". Sim, o sonho do meu Si Fu fortalece nosso Clã, amplia nossos horizontes, inspira o crescimento do nosso Kung-Fu. O sonho do Mestre Sênior Júlio Camacho, e o que ele representa para mim, é o personagem principal deste Blog.



O sonho é uma vontade permanente, viva, constante, que não se apaga, seja  na menor ou maior dificuldade. Ele integra não apenas a História pessoal de quem sonha, mas da Humanidade quando é capaz de afetar a vida das pessoas para movê-las em uma direção, não idêntica mas comum às suas aspirações. Não raras vezes, o sonho foi a força motriz geradora do desenvolvimento da justiça e da fraternidade humana.


Um exemplo mundialmente conhecido foi a Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, um marco na luta por direitos civis dos negros nos Estados Unidos, quando o Reverendo Martin Luther King proferiu a 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial o famoso discurso "I have a dream". O sonho que ecoou na capital da América ainda vive nos corações daqueles que por todo o mundo lutam pela igualdade entre os homens.





Foto Histórica: Si Fu em frente ao outdoor do Núcleo Jacarepaguá. Ano 2002.




Geralmente, os sonhos são feitos de difícil realização. Existem obstáculos que precisam ser superados e não raro, muitas pessoas desistem pelo caminho. Muitos sonhos são construídos em bases frágeis, e ao não serem concretizados, fica a falsa impressão da impossibilidade de  que um dia eles pudessem se tornar reais, como se os sonhos fossem construídos em nuvens o que sobrasse ao fim de tudo fosse apenas o chão duro da realidade.




Si Fu durante a abertura do San Toi. Núcleo Barra. Ano 2016.





Em seu discurso por ocasião da inauguração do primeiro Núcleo da Moy Yat Ving Tsun Martial Inteligence em Jacarepaguá no ano de 1995, Mestre Sênior Júlio Camacho esclareceu aos presentes a importância do que havia ali, não se circunscrevia apenas ao local físico, mas deixou clara a sua relação com o que aquele local representava, da importância que há em respeitar um sonho realizado, e porque não, o de também ser inspirado por ele.





Si Fu fala aos presentes durante a Primeira Cerimônia Tradicional da Família Moy Jo Lei Ou. Ano 2003.



A importância da capacidade em avaliar cenários, apoiar-se no potencial que cada situação oferece, desenvolver uma atenção cuidadosa, são algumas das ferramentas para que alguém consiga realizar seus sonhos. Não é uma busca fora de si mesmo, mas um reencontro consigo, com aquilo que se pode realizar através das competências que se tem ou que se venha a adquirir com o desenvolvimento de seu Kung-Fu. Como na frase de Mário Quintana: "sonhar é acordar-se para dentro".



Inauguração do Núcleo Méier. Foto 2012.





O Kung-Fu é uma habilidade incorporada à personalidade da pessoa, desenvolvida através de um Sistema que leva o praticante à experimentar estímulos em cenários que propiciam o seu desenvolvimento, sendo a Vida Kung-Fu o meio adequado a todo este acesso, em constante movimento, formando novas lideranças.



Inauguração do Jiu Pai da Família Moy Fat Lei. Foto 2016.




Se o sonho é o ponto de chegada de uma estrada chamada esperança, um Sistema de Kung-Fu é como o combustível introduzido no tanque de um carro que nos conduzirá por esta mesma estrada. Este carro que caminha através dos anos é a Vida, quem está no volante somos nós. Chegar ao fim da estrada esperança com o sonho realizado ou não, dependerá do quanto de Kung-Fu nossa vida foi abastecida.