As facas gêmeas do Ving Tsun.
Os movimentos que realizamos em uma prática de Kung Fu não são um fim em si mesmo. São desencadeados de forma estratégica, onde o precedente prepara e favorece a execução do próximo.
E quando estamos em um estado estacionário?
Em termos de Kung Fu, estar parado não é estar inativo. Há um potencial acumulado pronto para entrar em ação, assim que o cenário exija que ele seja acionado.
As facas do Nível Baat Jaam Do, estão o tempo todo apontadas, prontas para o disparo a qualquer momento. Este estado mental, alerta, vivo, leva o praticante a um estado de atenção que exige uma resposta não apenas imediata, como também eficiente.
Este cenário personifica, através dos disparos das facas, a escolha entre matar ou morrer, um combate simbólico que aponta para situações extremas, dialoga com circunstâncias que personificam a gravidade de uma má escolha, que pode ser a última.
Não significa fica estar tenso, na realidade isso retira capacidade de perceber o cenário e reduz a chance de atuar de forma eficiente.
Estar pronto, o tempo todo para atuar de forma imediata, e com a eficácia exigida para cada circunstância apresentada, pede um estado mental o máximo possível livre de emoções, pois o
desejo em demasia retira a capacidade de fazer uma escolha eficiente.
Sempre vai dar certo? Claro que não. A prática do Kung Fu dialoga com a vida. Ela tem variações e uma dinâmica que não cabe dentro de uma técnica. Por esta razão, ao desenvolver o seu Kung Fu, o praticante percebe que o Ving Tsun fala cada vez menos de técnica e mais da natureza de cada movimento, de cada expressão pessoal. Cada um, à sua maneira, encontrará a sua identidade, sua forma de estar pronto para o disparo.
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