quinta-feira, 2 de março de 2017

Vida Kung Fu: um processo de desenvolvimento humano.





Ao receber o chá, meu Mestre Júlio Camacho me aceita formalmente como seu Discípulo.



Se você lançar uma boa semente ao solo na esperança de que ela cresça e se desenvolva formando uma bela e forte árvore, será necessário que alguns elementos estejam envolvidos : uma boa terra, a chuva, o vento e o sol na medida da necessidade daquela que, um dia,  será uma árvore.

Penso no Kung-Fu como o germinar de uma semente que existe em cada um de nós, pronta para ser desenvolvida através de um Sistema que nos possibilite acessar as ferramentas adequadas para tal.  No entanto, apenas isto não é o suficiente. 


Mestre Julio Camacho fala da importância em compreender os ideogramas.


Assim como uma semente para se tornar árvore precisa de todo um ambiente adequado ao seu desenvolvimento, o praticante de Kung-Fu deve contar com um cenário que favoreça o seu desenvolvimento, uma relação capaz de potencializar a percepção sobre si mesmo, seus valores, seus limites, seus potenciais. Um Sistema de Kung-Fu não é um fim em si mesmo, ele é apenas uma referência, e desta forma,  precisa de um modo apropriado de acesso, um ambiente adequado para ser desenvolvido, que é aquilo que os chineses chamam de Sam Faat, termo que recebeu no Ocidente, através de Patriarca Moy Yat , a denominação de Vida Kung-Fu.


Patriarca Moy Yat deixou um rico legado: a Vida Kung-Fu como modo de acesso ao Sistema Ving Tsun.




Kung-Fu não se ensina, apenas se aprende e desta forma, quem transmite aprende junto com aquele que recebe a transmissão, não havendo de forma alguma qualquer passividade no processo, o que é muito importante por ser o praticante agente de seu próprio aprendizado, e ainda que não perceba seu desenvolvimento, seu Kung-Fu certamente aparecerá no momento em que for preciso aparecer.

                        Meu Mestre e eu durante a comemoração do Ano Novo Chinês (Ano do Galo de Fogo).

É na relação próxima com seu Si Fu que o praticante vai compreendendo melhor sobre sua caminhada, é no estreitamento da relação, ou seja, é com a Vida Kung-Fu que a percepção sobre si e sobre o que está à sua volta se torna mais clara, afinal Kung-Fu é muito mais do que um nome genérico para artes marciais vindas da China. É uma habilidade incorporada à pessoa, em qualquer área do saber, ou seja, é um processo de desenvolvimento humano.


 É por esta razão que eu não pratico Ving Tsun por causa daquilo que sei. Pratico por causa daquilo que sinto. É a Vida Kung-Fu que me move através do Sistema Ving Tsun.

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