domingo, 24 de setembro de 2017

A mão invisível do Kung-Fu.

A primeira vez em que ouvi falar sobre uma "mão invisível" capaz de levar a Sociedade ao desenvolvimento, foi quando tive o contato com uma obra, publicada em 1776, pelo professor Adam Smith intitulada "A riqueza das Nações".
Em sua visão, se a livre concorrência atuasse sem a intervenção direta do Estado, com o mercado regulando as decisões econômicas, seria mais benéfico para a coletividade.

A segunda vez em que a "mão invisível" chamou minha atenção foi na prática de Kung-Fu. O praticante é levado a cada dia, a desenvolver sua capacidade de auto monitoramento, parece estar sozinho em alguns momentos, mas sem que ele veja, existe uma mão invisível, que está a todo tempo, monitorando seu desenvolvimento.



 Si Fu ministra Palestra sobre o Sistema Ving Tsun. Foto 2017.



Meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho,  nos contou sobre a História de uma tribo onde os jovens são submetidos a um rito de passagem que consiste em caçar um animal selvagem sozinho. Na realidade a tribo, sem que o iniciado saiba, escolhe um animal já debilitado e ainda assim os homens da tribo ficam escondidos para que se algo der errado eles possam socorrer o iniciado. O importante aí não é colocá-lo em perigo, mas a experiência pessoal vivida pelo jovem.



Si Fu coordena uma Reunião de Gestão do Núcleo dirigido por ele à época em Jacarepaguá.  Ao seu lado  Si Sok, Mestra Qualificada, Úrsula Lima (foto 2003).


Meu Si Fu confia a seus Discípulos ações que  não tem, por óbvio, um resultado igual ao que teria se ele estivesse atuando diretamente. Mas o Kung-Fu precisa do rito de passagem para que o praticante cresça. O próprio Si Fu, depois de executada a ação, se encarrega de apresentar os pontos que poderiam melhorar, orientando para as próximas. Esta mão invisível deixa que as coisas sigam o seu fluxo e que o praticante atue de acordo o seu nível de desenvolvimento dentro do Kung-Fu, com o potencial de gerar aprendizado através de seus próprios erros, aliás o próprio termo erro não é totalmente adequado à ideia daquilo que se busca em Kung-Fu, porque não há erro ou acerto, só há o que aconteceu e o que se tira de melhor disso.



Fundação do Conselho de Membros Vitalícios do Clã Moy Jo Lei Ou. Foto 2016.


A mão invisível do Kung-Fu é uma oportunidade dada por nosso Si Fu para que aprendamos a buscar soluções frente aos desafios apresentados, e isso na vida significa não darmos desculpas para justificar nossa inação, seja ela motivada  pelo medo de fracasso ou por negligência apenas.
 O não agir é a perda da oportunidade de que esta mão invisível do Kung-Fu atue em prol do desenvolvimento do praticante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário