domingo, 4 de agosto de 2019

Atuar no invisível.



Eu durante prática sábado passado. Núcleo Barra da Tijuca.




Um bom Kung Fu consegue observar no detalhe. Onde poucos conseguem ver, naquilo que não é explícito, a lente do Kung Fu consegue perceber. É um olhar cuidadoso, desenvolvido, aguçado.
Certa vez, no intervalo de um treino, meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, deu um exemplo sobre este, atuar no invisível.

O Brasil sempre foi um celeiro de craques de Futebol, e o personagem em questão do nosso exemplo é o craque Romário. Si Fu certa vez nos disse:
"Todos falam que o Romário não vai ao treino. Ele mesmo já brinca com isto, fizeram até música falando disso. Falam que ele só quer ficar jogando futevôlei na praia. Vocês já pararam para perceber o quanto de esforço é jogar na areia e como também nível de domínio de bola para poder praticar este jogo. Ele consegue um bom resultado treino, se divertindo".



Praticando com meu irmão Kung Fu, Cleiton Meireles.



Um bom Kung Fu não age no barulho. Inclusive existe a frase "uma mão mente, e a outra diz a verdade" que ilustra bem que nem sempre fica claro para o outro a intenção do artista marcial, é preciso um olhar atento, além é claro de dedicação à prática para que a sensibilidade se desenvolva. O chute do Ving Tsun, é conhecido como "chute invisível", o corpo não se move muito para a sua execução, como ocorre em chutes clássicos de vários outros estilos de arte marcial.

Atuar no invisível não é esconder o que faz. Si Fu nos diz que quando um chinês quer se esconder ele vai para o meio da praça lotada. A diferença está na capacidade de percepção. No Ving Tsun por exemplo, praticamos todos juntos, mas o alcance, a percepção daquilo que se pratica, é individual. Nada se esconde porém será a capacidade de leitura de cada um que trará a luz sobre aquilo que se apresenta para todos. Sem essa percepção, mantém se invisível até que se desenvolva o Kung Fu o suficiente para que se perceba.



Conversa entre Cleiton Meireles e Guilherme de Farias. 


 

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