segunda-feira, 8 de junho de 2020

Fazer o melhor com o que se tem.


Si Fu me observa durante a minha Cerimônia de Discipulado. De pé meu orientador, Si Hing Thiago Pereira.




Você já deve ter ouvido de algumas pessoas, provavelmente até de si mesmo, sobre não estar preparado para realizar algo em determinado momento da vida.
Os motivos que encontramos são os mais variados: "aconteceu de repente", "não era a hora disso acontecer", ou até mesmo "que falta de sorte!" 
Diante de um desafio que se apresenta em nossa vida, em um momento que não esperávamos, o que pode a experiência de Vida Kung Fu nos dizer sobre isto? 
Um homem de Kung Fu se dedica a refinar tudo aquilo que faz, buscando realizar com excelência toda e qualquer ação. Não procura executar com refinamento apenas assuntos mais complexos, pelo contrário, fazendo daquele uma prática diária, inclusive sobre situações cotidianas consideradas banais, que muitas vezes outras pessoas executam com automatismo, o praticante apura o seu  Kung Fu, afinal quem realiza algo simples com alto grau de refinamento, tem a disciplina para transformar toda e qualquer ação, alicerçada na qualidade que tem como um hábito.
Longe de ser um comportamento adestrado, rígido e inflexível,  o homem de Kung Fu aceita as transformações que se apresentam e por esta razão, enxerga-se como parte do todo, não manipula o cenário, mas ajusta-se a ele, não se nega à experiência, abre-se à ela sem preconceito, sem a pretensão de oferecer além daquilo que pode, ele vai com aquilo que ele tem, fazendo o seu melhor. 
Quantas vezes não nos recusamos a fazermos algo, nos julgando incapazes, acreditando não estarmos preparados para o desafio que se apresenta?
 Se idealizarmos como deveriam ser nossas ações, para além daquilo que podemos concretizar, sempre estaremos diante de um pensamento extremamente crítico, apontando para a nossa incapacidade de realização. 





Recebendo de meu Si Fu meu broche de Discípulo.





A vida Kung Fu é uma experiência relacional, na qual o praticante, orientado por seu Si Fu, desenvolve sua humanidade. É um processo de reconhecimento sobre si mesmo, capaz de potencializar através da relação de zelo, a competência para enxergar de forma mais sensível os cenários que se apresentam na vida.
 É desenvolvendo sua humanidade, que o praticante de Kung Fu se torna mais perceptivo, a ponto de não ver na novidade que se apresenta uma adversidade, pelo contrário, busca na oportunidade que há em cada situação nova, um potencial "escondido", presente em toda e qualquer circunstância. 
Não sendo um alienígena daquilo que se apresenta, mas alguém que se reconhece como parte, o praticante de Kung Fu, não resiste aos acontecimentos, pelo contrário, se apoia neles e age, não se frustra se julgando despreparado, ele vai com aquilo que ele tem, buscando fazer o seu melhor.






Momento de Vida Kung Fu: Si Fu e quatro de seus Discípulos em um Café da Manhã no Mo Gun. 

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