segunda-feira, 1 de junho de 2020

O valor dos passos.




Si Fu e o Conselho de Discípulos do Clã Moy Jo Lei Ou.




Aprendi com meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, que a prática do Kung Fu aponta para um processo de desenvolvimento humano, catalisando o encontro do praticante consigo mesmo.
Como todo o crescimento, nos deparamos com prazeres e dores, e a experiência de Vida Kung Fu não poderia ser diferente, uma vez que é um caminho vivido dentro de um Mo Gun, uma Casa de Guerra materializada no prédio local de prática, mas que também possui sua face imaterial, na relação com os outros, e consigo mesmo.
É muito importante que o  praticante de Kung Fu tenha a mente sempre em guarda, pronta para agir, para que este processo de desenvolvimento seja aproveitado da melhor forma possível.
A ideia do trabalho árduo para que se alcance um bom resultado é viva no imaginário geral, mas o fato é que um Kung Fu refinado se esforça, para não precisar fazer força. Desenvolve-se a capacidade de percepção, brotando com isso, uma visão apurada, capaz de antever e agir, não como uma forma de adivinhação, mas um condão adquirido dentro um processo de Vida Kung Fu.




Si Fu entre os Diretores de Núcleo André Almeida (à esquerda) e Cláudio Teixeira (à direita) durante prática no Núcleo Ipanema.




Ficará então o praticante diante de si mesmo, e terá a cada passo de contar mais e mais tão somente consigo, como um pássaro que terá de aprender a voar, ninguém lhe dará as asas, elas são conquistadas por você, porém seu Si Fu lhe orientará o voo.
Ao encontrar sua expressão pessoal, adquirindo a capacidade de leitura sobre si mesmo e sobre aquilo que o circunda, conseguindo expressar-se através de seu Kung Fu, o praticante perceberá com mais clareza a importância que mora no fim de cada etapa: longe de ser um abandono, será na realidade uma chance de releitura mais apurada de tudo o que viveu até ali, dando às relações e ao aprendizado, a experiência da maturidade aliada ao frescor jovial daquilo que se revive, só que agora com um olhar muito mais arguto.
 Isto é fundamental para quando vier o rompimento de uma fase na construção do Kung Fu, afinal, quando o novo se apresenta, o que ele faz de imediato, é por à prova tudo o que se construiu até agora.



Eu com dois irmãos Kung Fu, Thiago Pereira (à esquerda) e Rodrigo Moreira (no centro) durante as Comemorações dos 50 Anos de nosso Si Fu.

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