terça-feira, 25 de agosto de 2020

Irmãos Kung Fu.


Aniversário de 50 Anos do Si Fu: eu com dois irmãos Kung Fu: Thiago Pereira (ao meu lado) e Rodrigo Moreira (à frente).



 A civilização Ocidental, com sua Cultura majoritariamente  judaico-cristã, incutiu como um valor de que todos os seres humanos são irmãos, devendo cultivar uma fraternidade universal. 

Vindo do Oriente, o estudo dos Sistemas Tradicionais de Kung Fu, traz termos como irmão mais velho (Si Hing), mais novo (Si Dai) e suas respectivas variações no feminino (Si Jeh e Si Mui). Por se tratar de outra Cultura, é natural que apresente uma visão diferente sobre como as relações são irmanadas dentro de uma Família Kung Fu. Neste Blog faço uma breve introdução sobre este tema. 

O (a) irmão (a) mais velho(a), Si Hing ou Si Jeh, são pessoas que chegaram antes na Família Kung Fu, "nasceram mais cedo." Quem chega primeiro tem acesso antes ao conteúdo do Sistema, e tem a responsabilidade de cuidar dos que chegaram depois. Embora seja uma responsabilidade em uma Família Kung Fu ela é totalmente voluntária, ou seja, você é Si Hing ou Si Jeh por ter chegado primeiro, isto é fato, mas o que esta posição dentro da Família Kung Fu significa para você, é de aceitação livre, depende unicamente de como o praticante deseja desenvolver a forma com a qual irá se relacionar com os demais. 

A relação principal dentro de uma Família Kung Fu se estabelece entre seu Mestre e você, em meu caso, meu Si Fu Mestre Senior Julio Camacho, e eu.  É a partir daí que meu Kung Fu irá se desenvolver. A partir deste marco inicial da relação individualizada, o To Dai se irmanará com os demais, e todos se apoiarão e se desenvolverão juntos. 



Depois de um sábado de prática: Ao sairmos do Mo Gun, eu e meu irmão Kung Fu Vladmir Anchieta.


O local de prática de uma Família Kung Fu, chamado Mo Gun (Casa de Guerra) é um cenário preparado para o desenvolvimento de cada praticante. Nele experimentamos diversos estímulos corporais, com o potencial de gerar nosso desenvolvimento. Para esta experiência, é fundamental que aqueles estímulos sejam proporcionados por um número maior possível de pessoas. Serão com as múltiplas experiências que desenvolveremos a capacidade de perceber o outro, saindo da resposta pronta, e atuarmos diante de cada estímulo da forma adequada ao que se pede naquele momento e naquela circunstância específica.

Toda e qualquer relação é alicerçada naquilo que cada um que a compõe traz para ela. Em particular, procuro ser um Si Hing e um Si Dai (tenho as duas posições na Família Kung Fu de meu Si Fu) pronto para colaborar, aprendendo e transmitindo com tudo aquilo que tive acesso. A melhor forma de me aperfeiçoar é dividindo o conhecimento que recebi, e de forma pura e legítima, respeitando os limites e potenciais existentes em cada pessoa, esvaziando ideias próprias, respeitando a pureza do Kung Fu de cada um.  

O meu crescimento como pessoa reside naquilo que consigo melhorar em minha essência, não preciso ser outra pessoa, e sim potencializar aquilo que eu tenho de melhor,  e este desenvolvimento se personifica através da relação que estabeleço com os outros, e em particular dentro de uma Família Kung Fu, daquilo que extraio da relação com meu Si Fu e meus irmãos Kung Fu. 




Si Fu, eu e dois irmãos Kung Fu: Thales Guimarães (no centro da foto) e Pedro Ivo.  

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