segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Leitura dos passos.


Eu, e meus irmão Kung Fu, Guilherme de Farias(de pé) e Cláudio Teixeira.




 Meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho nos fala da importância que há em estar atento com os próprios movimentos. É na atenção a tudo que realizamos com nosso corpo, na conexão entre cada parte, formando um todo harmônico, que está a diferença entre praticar Kung Fu ou apenas repetir gestos coreografados. 

A atenção especial ao próprio corpo e às conexões que ele realiza para a execução de cada movimento, é um caminho que aponta  na direção do auto conhecimento. Afinal, é comum que façamos diversas atividades cotidianas com um automatismo que não raro, furta a qualidade daquilo que fazemos, ações que repetem apenas os gestos universais, não pensamos, não atuamos de fato, apenas reagimos aos estímulos. E entrar neste espiral de massificação é uma viagem que nos leva para longe de nossa essência. Paramos de oferecer ao nosso corpo os estímulos que possam colocá-lo em diálogo com as diversas partes que, reunidas, formam o todo que somos nós, não percebemos nossos membros reagindo em um conjunto desarmônico, o que significa desconhecermos a nós mesmos. 



A prática do Kung Fu retorna o nosso olhar, nossa atenção para dentro, para que possamos ver melhor para fora, e começamos a perceber quais são as conexões internas que fazemos e que não há separação de corpo e mente como popularmente se propaga, que na realidade, somos uma unidade que precisa interagir com o meio externo como uma unidade harmônica e equilibrada. Para alcançar este objetivo, o praticante desenvolve seu Kung Fu a partir de um Sistema que apresenta uma listagem que irá orientá-lo. 

De posse daquilo que o Sistema oferece, o praticante irá desenvolver-se encontrando um auto conhecimento a ponto de, com o passar dos anos de prática, libertar-se do próprio Sistema que lhe serviu de base ao desenvolvimento. E ao encontrar sua expressão pessoal, poderá o praticante dar ao próprio Sistema que o auxiliou em sua preparação, a contribuição de sua leitura apurada de algo que, sabidamente, o transformou em si mesmo.  



  

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