domingo, 21 de julho de 2019

Há luz na ponta do bastão.


Roberto Viana e Guilherme de Farias: Intervalo na Prática de Luk Dim Bon Gwan. Núcleo Barra da Tijuca. 



Ter objetivos na vida é algo comum a todo ser humano. Afinal quem nunca sonhou em conquistar algo? Essa tem sido talvez o desejo mais presente na História da humanidade.
Desde sempre o homem tem lutado para tornar real suas aspirações: seja por amor, poder, prestígio, não importa, toda e qualquer coisa que se almeje passa necessariamente por três pontos: a preparação, o percurso e a chegada.
Quando preparo minha ação, devo reunir tudo aquilo que me favoreça a executar; quando executo, há um percurso que deve ser materializado de acordo com aquilo que preparei antes, ou seja, uma consequência da qualidade da minha preparação e finalmente, a execução deve ser o reflexo de todo o preparo, de toda energia, que concentrei no início, mantive no percurso, e se materializou no ponto que alcanço. A energia não deve se dissipar pelo caminho, pelo contrário, a resposta final deve ser o resultado de tudo aquilo que se fez antes.
O Nível Superior Intermediário do Sistema Ving Tsun, Luk Dim Bon Gwan, é para mim uma grande inspiração para a vida. A posição para preparar o disparo, a base estruturada, a posição das mãos, a precisão no disparo, dirão a você como bastão chega na ponta, com ou sem energia. Muitas vezes nos preparamos para algo, mas o nível de dedicação não nos conduz ao sucesso. Este Nível tem falado muito a mim sobre preparar, ler a preparação, permitir-se fracassar e tentar de novo. A cada tentativa um olhar atento para aprender como tirar melhor proveito de uma arma longa, que deve ser precisa na execução.




Praticando com o Ving Tsun Gwaan. 


Meu Si Fu, Mestre Senior Julio Camacho, me disse que "arma não é para criança; no bastão deve-se ter uma outra atitude mental". Sempre penso na minha vida quando ouço meu Si Fu me orientar, e esta atitude mental que no bastão devemos ter, na vida, em tudo que fazemos, não deve ser diferente.
Quantas vezes fracassamos por termos preparado tudo com a devida atenção? Quantas vezes culpamos a terceiros por nossos próprios fracassos? Quantas vezes inventamos desculpas mirabolantes só para não reconhecermos que se algo deu errado, há sim sempre uma parcela de contribuição nossa nisso?

No Gwan não tem desculpa. Lembrando uma frase do Si Fu: " Roberto você só tem um tiro. Deve gastar (a energia) tudo!"

Estou no início e completamente fascinado por este Nível. Ele fala para mim, sobre o que devo fazer com a minha vida de uma forma muito especial. Ele tem me ajudado a apontar a "bússola das minhas ações" para a direção correta. Sempre soube o que deveria fazer, mas sempre inventei desculpas. No Gwan não há desculpas, e você deve ser preciso, determinado. Dentro um cenário de combate simbólico, trata-se de apenas um tiro, ou você mata, ou você morre. E exatamente esta gravidade no campo do simbólico que este nível me leva a refletir, que me ajuda a incorporar a necessidade de em preparar adequadamente o cenário de tudo aquilo que pretendo na vida, afinal o Gwan fala em projetar, e mostra na prática, que a qualidade dos nossos atos está totalmente ligada ao preparo e a tudo o que ocorreu durante até chegarmos "à ponta do bastão". Não há que se prender à sorte ou fatores externos. Se eles colaboram, aproveite-os também, porém o preparo, precisão e atitude diante do disparo é que vão determinar que energia chega à ponta do bastão, assim como chega como Kung Fu para sua vida.

 

Meu irmão Kung Fu, Guilherme de Farias orientando sobre a linha central no Ving Tsun Gwaan.

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